Niterói por niterói

Pesquisar
Close this search box.
Publicado

Para urbanista, trânsito de Niterói não tem solução; só restringindo o uso de carros

Por Redação
| aseguirniteroi@gmail.com

COMPARTILHE

Arquiteto Luiz Eduardo Alves cita Icaraí como exemplo: “o bairro está saturado”, sustenta.
Nittrans promove mudanças no trânsito para final da Libertadores. Foto: Nittrans
Ruas estreitas e muitos carros: engarrafamentos na cidade se repetem diariamente em vários pontos da cidade. Foto: arquivo

O arquiteto e urbanista, Luiz Eduardo Alves, ex-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) Leste Fluminense, acredita que Niterói ainda tem boas chances de resolver suas questões urbanas e ser um lugar bom para se viver, preservando diferentes características de ocupação. Não esconde a preferência por soluções que preservem a maneira de viver dos diferentes bairros: casas, vilas, prédios, casas de praia… Mas para diante de uma questão que, mais que desafia, acaba com o humor do morador da cidade: os engarrafamentos. Para ele, o problema se agrava com a proposta de “adensamento” defendida pela prefeitura e pelas construtoras. Cita o caso de Icaraí, completamente saturada. E adverte que a saída para por restringir o uso dos carros.

– Como não entender o engarrafamento como consequência do adensamento? Icaraí, por exemplo. Icaraí é fruto de uma verticalização extrema, permitida por lei, na década de 70. É estranho que um rua como a Gavião Peixoto, de apenas duas pistas, seja toda cercada de prédios de 20 andares. O tamanho da via é compatível com um bairro pacato, não com o que é Icaraí. O bairro está saturado e só se vai solucionar isso com uma decisão difícil que é restringir o uso do carro. É uma solução difícil porque é um bairro de classe média e usar o próprio carro é algo que representa essa classe. Aliás, todo o raciocínio urbanístico atual parte do princípio que todos querem ter carro, que só quem usa transporte público é quem ainda não tem carro. E agora que Icaraí está cheia, estão valorizando a Região Oceânica. São ciclos porque o capital precisa encontrar locais para se vender. Se houver interesse, o retorno para o Centro pode ser até um novo ciclo – sustenta.

COMPARTILHE