Obra vai transformar casarão abandonado no primeiro centro cultural da Zona Norte de Niterói

Do abandono à ocupação cultural. Se o cronograma das obras for seguido à risca, em julho, mais tardar, agosto de 2025, o casarão de número 263, na Alameda São Boaventura, no Fonseca, deixará os tempos de residência para trás para se tornar o Centro Cultural da Zona Norte de Niterói.

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Nesta terça-feira (23), foi assinada a ordem de início das obras de recuperação do imóvel com a Rivall Engenharia, empresa com sede no Centro da cidade, vencedora da licitação. Com um investimento de R$ 16,8 milhões, a previsão de conclusão das obras é para 12 meses, a contar a partir do início das obras. O espaço será o primeiro centro cultural municipal da região. O objetivo, segundo a prefeitura, é descentralizar os recursos e o acesso à cultura.

Em um área de 2.134 m², o casarão chama a atenção tanto pela beleza do imóvel quanto pelo abandono e péssimo estado de conservação. Foi uma longa batalha judicial, até a desapropriação do imóvel pela prefeitura – uma história iniciada em 2020.

O casarão pertenceu a Álvaro Mendes de Oliveira (1901-1994), um português abastardo, mas conhecido no bairro pela sua simplicidade. Construiu vários imóveis próximos à sua residência. Ele e a esposa Olívia tiveram três filhos, entre eles, Maria de Lurdes, que se casou com Oswaldo Motta (1920-2000). O casal também teve três filhos. Oswaldo morreu em Portugal, onde vive parte da família. Nos últimos 20 anos, o casarão vinha sendo disputado judicialmente pelos herdeiros. Durante todo esse tempo, o imóvel ficou abandonado.

Com a reforma, no térreo haverá uma sala de recepção, hall com escada para o 1º pavimento, biblioteca, sala de leitura, brinquedoteca, espaço para coworking, corredor expositivo e varandas. O primeiro pavimento abrigará ainda um salão com móveis originais da casa e salas multiuso.

Os anexos oferecerão espaços de acesso ao Casarão, áreas molhadas e locais para apresentações, incluindo um hall de circulação, banheiros, copa, vestiários, camarins, coxias e uma sala de reuniões.

O projeto prevê manter os ambientes o mais fiel possível do original. O piso, por exemplo, continuará com revestimento em parquet e os vitrais serão restaurados.