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O show de Gal Costa em Niterói

Por Gabriel Mansur
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Cantora morreu nesta quarta-feira (9). Há seis meses, no Dia das Mães, ela se apresentou na praia de São Francisco
Gal Costa morreu nesta quarta-feira. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Gal Costa durante sua apresentação na cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Era 8 de maio de 2022, Dia das Mães, quando Gal Costa se apresentou em Niterói. Milhares de fãs se espremeram na areia da praia de São Francisco para prestigiar o espetáculo. A baiana, ícone da Música Popular Brasileira (MPB), interpretou canções que marcaram seus 57 anos de carreira, como “Baby”, “Vaca Profana” e “Chuva de Prata”, por exemplo.

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A compositora também cantou músicas de seu último álbum lançado em estúdio, em fevereiro de 2021: “Nenhuma Dor”. A direção do show foi assinada por Marcus Preto, enquanto a banda foi formada por Fábio Sá (baixo elétrico e acústico), André Lima (teclados) e Victor Cabral (bateria e percussão).

Um dos pontos mais altos do show foi quando Gal homenageou seu filho único, Gabriel, atualmente com 16 anos. Afinal, era Dia das Mães. Ela ficou emocionada – e emocionou o público – ao cantar a música “Gabriel”. A cantora o adotou em 2007, quando ele tinha dois anos de idade, após conhecê-lo em um abrigo no Rio de Janeiro. Por diversas vezes, ela mencionou como sonhava com a maternidade e como a presença do menino mudou sua vida.

Naquela noite, as músicas compostas por Gal ficaram em segundo plano. A artista, então com 76 anos, estava em turnê nacional com “As várias pontas de uma estrela” – projeto existente desde 2016 e que consistia em um disco resultante do espetáculo dirigido por Marcus Preto, alinhavado a partir da obra de Milton Nascimento.

Gal Costa é homenageada por cartunista Helio Bueno, do A Seguir

“As várias pontas de uma estrela” é o nome da canção composta por Milton em parceria com Caetano Veloso, tendo sido lançada há 39 anos no álbum “Ânima”.

A apresentação em Niterói seguiu um roteiro que, além de músicas de Milton gravadas pela cantora em 57 anos de carreira fonográfica, abrangeu também composições de Tom Jobim, Cazuza, Djavan, Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Chico Buarque. A ideia da turnê foi promover conexões do cancioneiro monumental de Milton com a obra de Gal.

A morte

Gal morreu aos 77 anos, em São Paulo, nesta quarta-feira (9). A informação foi confirmada pela assessoria da cantora. Ela dera uma pausa em shows, após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita. O corpo será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo, na sexta-feira (11), das 9h às 15h. A cerimônia será aberta ao público.

Foram 57 anos de carreira, iniciada em 1965, quando a cantora apresentou músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Ela ainda era Maria da Graça Costa Penna Burgos quando lançou “Eu vim da Bahia”, samba de Gil sobre a origem da cantora e do compositor.

Na longa carreira, Gal lançou mais de 40 álbuns entre discos de estúdio e ao vivo. “Fa-tal”, “Índia” e “Profana” foram três dos principais. Também lançou músicas marcantes. Como “Divino Maravilhoso”, que diz: “É preciso estar atento e forte. Não temos tempo de temer a morte”.

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