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O que muda na vida de Niterói com a posse do novo prefeito, Rodrigo Neves? Que diferenças é possível esperar em relação à gestão de Axel Grael? Os dois caminham juntos na política há pelo menos 12 anos na gestão do Município; Rodrigo, com perfil político, Axel um quadro mais técnico. Rodrigo foi duas vezes prefeito, Axel foi vice e secretário executivo dele. Na prefeitura, teve Rodrigo como secretário executivo. O que esperar do terceiro mandato de Rodrigo Neves?
Veja também as colunas ‘O prefeito que sai’ e ‘O prefeito que entra’:
O prefeito que entra, Rodrigo Neves | A Seguir Niterói
O prefeito que sai, Axel Grael | A Seguir Niterói
Rodrigo Neves assume depois da realização do maior projeto de infraestrutura da cidade, com investimentos de mais de R$ 10 bilhões em saneamento, em dez anos. Niterói tem hoje uma cobertura de água e esgoto como poucos municípios podem exibir, atendendo a toda a Região Oceânica, que era um enorme problema. Fez obras importantes, como a construção do túnel Charitas-Cafubá e o sistema de BRTs. E ações importantes de Defesa Civil, com a proteção de encostas e combate às enchentes. Este ciclo de certa forma se completou, ainda que existam ações eventuais a serem conduzidas, como a drenagem em torno do Caio Martins.
Axel imprimiu uma marca de governo mais voltada para a qualidade de vida. Ambientalista, investiu em projetos que fizeram o morador viver a cidade, como o Parque Orla de Piratininga, a recuperação do patrimônio histórico, como a igreja da Boa Viagem, as ciclovias e um calendário de eventos que trouxe shows, competições esportivas, de canoa, skate e surf para a cidade. Soube enxergar as mudanças surgidas com a pandemia e o home office e investir nos bairros; espalhou centros de inclusão social em diversas comunidades.
Apesar da articulação de um e de outro, Rodrigo quer mostrar que ouviu o recado das urnas e enfrentar problemas que apareceram na campanha eleitoral, como a situação precária das calçadas, quebradas e invadidas pelo comércio, a limpeza urbana, e a ameaça dos emaranhado de fios pendurados sobre a cabeça dos moradores. Definiu um programa de ação para os primeiros 100 dias. Uma resposta política para não deixar a sua entrada parecer uma mera repetição de governos.
O projeto do futuro de Niterói, para os próximos anos foi definido pela Lei de uso do solo, depois de pelo menos quatro anos de idas e vindas políticas, pressão popular e questões judiciais. Na agenda do novo governo, os principais projetos apontam para a revitalização do Centro, iniciada com a construção dos primeiros prédios na avenida Rio Branco, e a reurbanização do Fonseca. Não é atoa que terão secretarias dedicadas a eles, a de Desenvolvimento, que agora também carrega a tarefa de cuidar do Centro, e a do Fonseca. Obras dão votos.
A nomeação de Renato Barandier para a supersecretaria de Transportes e Infraestrutura. Tira o foco da Emusa, que mudou de nome, para ION, mas não muda de presidente. E mostra que Rodrigo Neves tem planos ambiciosos, e um deles será botar de pé o projeto do VLT, que apresenta como solução para os problemas de trânsito que a cidade não consegue resolver. Entrou na pauta do município e tem financiamento, mas o projeto ainda pouco detalhado e discutido mexe com boa parte da cidade e, no Brasil, não mostrou resultados onde foi implantado. No Rio, transporta 80 mil passageiros por dia, o que equivale a três horas de operação do metrô.
Leia também a reportagem sobre a equipe de governo:
Axel e Rodrigo articularam os planos para os próximos anos. Mas há algumas questões que só se poderá avaliar na gestão efetiva do governo. Especialmente em relação à Saúde e à Educação. Numa cidade com o orçamento de Niterói, as notas dos alunos da Rede Pública de Ensino estão, repetidamente, abaixo do que se podia esperar, atrás de municípios do estado com muito menos recursos. Também é preciso reduzir as filas no atendimento médico e encontrar uma solução para a demora para a marcação de consultas e exames com especialistas, às vezes de mais de 90 dias.
Fora isso, o trânsito promete seguir intenso na cidade, depois do dia 1º de janeiro.
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