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O perigo na porta da escola: tiroteios atrapalharam aulas de 25 mil alunos no Grande Rio

Por Redação
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Em Niterói, escolas também tiveram aulas suspensas, segundo Instituto Fogo Cruzado.
Aulas presenciais são suspensas em escolas de Niterói. Foto- Divulgação
Estatística mostra que houve seis tiroteios por dia letivo; muitas vezes, escolas tiveram que suspender as aulas. Foto: arquivo

O número assusta: 460 tiroteios ocorreram próximos a escolas no Grande Rio este ano. Mais de 25 mil alunos foram afetados por ações policiais e tiveram as aulas suspensas apenas na última semana. Em 2023, ao longo de 76 dias letivos, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro acumulou 673 tiroteios. 460 deles ocorreram próximos a escolas públicas e privadas, o que equivale a 68% dos tiroteios mapeados no período, segundo Instituto Fogo Cruzado.

Niterói aparece entre os municípios com maior número de ocorrências diante de escolas, à frente de Nova Iguaçu e São Gonçalo, entre outros. Segundo o relatório, as cinco cidades com mais tiroteios em área escolar este ano foram: Rio de Janeiro (330), Duque de Caxias (37), Niterói (17), São João de Meriti (17) e Belford Roxo (16).

A violência na porta da escola

O relatório do Instituto Fogo Cruzado revela outros dados preocupantes:

Dos 460 tiroteios mapeados, 226 deles se deram durante ações e operações policiais, o que equivale a quase metade dos tiroteios registrados próximos a unidades de ensino.

Ainda em fevereiro, na primeira semana do ano letivo, 12 escolas da Vila Kennedy tiveram as aulas suspensas já no primeiro dia de aula (06/02). Nos dias 7, 10, 13 e 14 daquele mês, mais escolas das zonas Norte e Oeste foram afetadas.

Das 7.386 escolas e creches públicas e privadas presentes na Região Metropolitana do Rio, 725 delas tiveram tiroteios no seu entorno. Em média, a cada 10 escolas do Grande Rio, uma foi impactada por tiroteios próximos.

Entre os bairros da região metropolitana, os cinco mais afetados foram Praça Seca (27), Vila Kennedy (23), Cidade de Deus (19), Bangu (14) e Brás de Pina (14).

Tiros afetam a vida de todos

Para Carlos Nhanga, Coordenador Regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, a violência armada atinge a vida da população de diferentes formas. “Quando um tiroteio acontece, toda população é afetada. Trabalhadores deixam de sair para seus empregos, profissionais da saúde deixam de prestar atendimento médico para seus pacientes, crianças e adolescentes deixam de ir para a aula. Nesse mês de maio tivemos o caso do menino Luiz Davi, de 12 anos, que foi baleado na cabeça durante uma ação policial quando estava a caminho da escola com outras crianças, em São Gonçalo. Essa é a face mais cruel da violência, que tira o direito à educação de crianças e adolescentes”, afirma o coordenador.

Carlos ainda alerta que é dever do poder público preservar a vida da população. “É preciso que o Estado invista em uma política que de fato traga segurança para a população e que não prejudique ainda mais quem já sofre diariamente com a violência. Segurança pública é dignidade. Educação é direito básico. Os tiroteios próximos a escolas são um retrocesso para a vida de milhares de estudantes que estão se preparando para o futuro. Dados como esses são importantes para que políticas públicas mais assertivas tirem crianças e adolescentes da linha dos tiroteios”.

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