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O dia que um ciclone extratropical produziu ondas de 10 metros e botou Itacoatiara nas manchetes

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Daniel Rodrigues, o surfista que “escalou o paredão de Itacoa”, conta que estava sem colete e teve que respirar fundo para vencer a onda, que viralizou mundo afora
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O surfista Daniel Rodrigues encarando a onda de dez metros – o que equivale a 3 andares de altura. Foto: Divulgação

Pouco se fala sobre outro assunto além de um ciclone extratropical que atingiu Niterói no último fim de semana. A Marinha já tinha acendido o alerta para uma grande ressaca na cidade, assim como em todo o estado do Rio. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra banhistas sendo surpreendidos por um ciclone-bomba na praia de Itacoatiara, na Região Oceânica de Niterói, no último domingo. Ninguém se feriu, mas, conforme a quantidade de água foi aumentando, as pessoas foram orientadas pelos salva-vidas a se afastarem, já que a água “batia” com força nas pedras. Enquanto um ciclone tirava a concentração dos banhistas, a ressaca do mar chamou a atenção de surfistas na praia de Itacoatiara.

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Foi o primeiro grande swell -ondulação causada por tempestades no oceano – do ano. No outono e no inverno, é comum a passagem de centros de baixa pressão, conhecidos como ciclones extratropicais, que costumam trazer frentes frias que promovem agitações no oceano, causando a formação das ondas grandes.

Onda de 10 metros, em Itacoa

Foi o caso do surfista Daniel Rodrigues, de 33 anos, que viralizou na internet ao enfrentar uma onda de quase dez metros – o equivalente a três andares de um prédio – na praia de Itacoatiara, reduto já conhecido pelos surfistas e muito comparada a Nazaré, em Portugal, devido às fortes ondas. Como um surfista nato, ele segue a cartilha e acompanha a condição do mar e a previsão das ondas diariamente para saber os melhores momentos.

– Foi uma das maiores ondas remando sem colete. Tive que me manter focado e respirar bem para poder fazer o melhor possível naquele momento. Eu estava com uma gunzeira – prancha de remada – tamanho 8,4 pés. Esse tipo de prancha tem que usar os braços para entrar. Às vezes faço tow in também, que utiliza o jet para entrar na onda – explica.

Foto: Divulgação

Tow-in surfing é uma técnica pioneira por Laird Hamilton, Buzzy Kerbox, Dave Kalama, entre outros, em que um surfista é rebocado por um jet-ski ou por um helicóptero até a onda. A técnica surgiu em meados dos anos 1990.

Há 23 anos o surfe é parte essencial da vida de Daniel, que começou a prática com apenas 10 anos. Em entrevista ao A Seguir, ele conta que para formar um repertório de referências com variações de ondas e adquirir mais prática, ele tem o hábito de viajar para alguns lugares do mundo experimentando ondas. Mas seu habitat mesmo é em Itacoa.

Para encarar esse arsenal de “paredões”, o controle emocional deve ser um ponto importante. Fora d’água, o surfista pratica yoga, respiração e passa por um trabalho robusto de preparação física que envolve lutas, trilhas e montanhas.

Novos desafios

A pergunta sobre quando será o próximo desafio, após pegar uma onda de 10 metros que estampou as manchetes de jornais, é inevitável:

– Essa busca é eterna. Faço por amor as ondas, pela natureza e para manter minha qualidade de vida. Então sempre vou estar a procura de novos desafios! – conclui.

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