17 de maio

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O advogado por trás da máscara: assessor de vereador confessa furto em apart-hotel de luxo em Niterói

Por Redação
| aseguirniteroi@gmail.com

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Apesar de salário de R$ 15 mil como assessor, advogado confessa furto com máscara e alega crise financeira influenciada por ex-subsecretário
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Advogado e assessor usou disfarce inusitado em furto milionário – Foto: Reprodução/TV Globo

Luís Maurício Martins Gualda, de 42 anos, criminalista e assessor parlamentar na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, confessou ser o autor do furto em um apart-hotel de luxo no bairro do Gragoatá, utilizando uma máscara realista de silicone para não ser reconhecido. A audácia do crime e a identidade do autor chamam atenção.

Salário na câmara

Desde janeiro de 2023, Gualda ocupava um cargo no gabinete do vereador Rogério Amorim (PL), com um salário líquido de R$ 15.805. No entanto, essa aparente estabilidade financeira não o impediu de planejar e executar o furto ocorrido em 7 de fevereiro. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que um homem careca, de terno, luvas e óculos escuros entra no prédio. Era Gualda, por trás de uma máscara de silicone avaliada em R$ 1,8 mil, comprada pela internet.

A rotina do advogado no dia do crime revela a premeditação da ação. Ele trabalhou normalmente em um escritório em Niterói pela manhã e tarde, trocando de roupa e colocando o disfarce completo pouco antes de se dirigir ao apart-hotel, por volta das 19h50. Em cerca de 18 minutos, circulou por áreas restritas, arrombou um apartamento e roubou oito relógios de luxo, avaliados em R$ 80 mil, já que não encontrou os dólares.

Em depoimento à Polícia Civil, Gualda confessou o crime e apontou o empresário e ex-subsecretário estadual Alexandre Ceotto André como o mentor intelectual da ação. Curiosamente, apesar de seu salário de cerca de R$ 15 mil como assessor, alegou ter agido motivado por dificuldades financeiras e sob influência de Ceotto, que teria dito que a vítima guardava cerca de 1 milhão de dólares no apartamento.

A máscara utilizada no crime foi descartada no mesmo dia por Gualda, que a picotou e jogou no lixo orgânico, segundo depoimento dele à polícia. Ele também tentou apagar seus rastros digitais, excluindo sua conta no Ebay e os e-mails relacionados à compra do disfarce.

A revelação do envolvimento de um assessor parlamentar em um crime tão incomum teve consequências imediatas. Na quarta-feira (14), Rogério Amorim exonerou Luís Maurício Martins Gualda de seu gabinete, alegando desconhecimento da conduta criminosa e do outro emprego do advogado.

OAB-RJ abre processo disciplinar contra o Advogado

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) também se manifestou sobre o caso, informando a abertura de um processo disciplinar para apurar a conduta de Gualda e o envio de um ofício à Polícia Civil para obter detalhes da investigação.

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