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‘Novas variantes podem surgir e os médicos têm consciência disso’, relata especialista

Por Camila Araujo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Estudo também mostrou que médicos estão esgotados, estressados, exaustos com nova e mais contagiosa onda de Covid
UTI
Número excessivo de casos de Covid-19 provoca dano físico e emocional em médicos e enfermeiros, diz AMB.

A Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM), realizou a pesquisa “Covid-19 e variante Ômicron: como e quanto médicos e assistência em saúde aos pacientes são impactados”. De acordo com o levantamento, o esgotamento dos profissionais atinge 51% dos entrevistados. Outros 64,5% afirmaram estar sobrecarregados no trabalho.

– Cansaço por excesso de trabalho, cansaço pela sensação de estarmos “enxugando gelo” e o medo, que não foi bem expresso pela maioria dos colegas nessa pesquisa. Novas variantes podem surgir, e os médicos têm consciência disso. Temos a possibilidade de mais gelo para enxugar pela frente e isso nos leva ao esgotamento e à exaustão, pela impossibilidade de retomar as vidas habituais, tratar outros problemas de saúde que vão se agravando e vão sendo deixados para depois – explica José Luiz Amaral, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM).

Para ele, é um equívoco acreditar que a Ômicron será a última variante.

– Não há razão para supor que essa será a última, acredito ser mais uma vontade. Outras variantes podem ser menos agressivas que as que precederam a Ômicron. As próximas poderão ser causa de doenças menos graves, mas elas podem também ser exatamente o contrário, produzir doenças mais graves do que essa – alerta.

Desgaste físico e emocional

Além da sensação de sobrecarga, os médicos também responderam que, no serviço em que atendem, por conta do trabalho no enfrentamento da pandemia, há casos de médicos com sintomas de estresse (62,4%), ansiedade (56,8%), exaustão física ou emocional (56,2%), distúrbios de sono (39,2%), dificuldade de concentração (30,5%) e mudanças bruscas de humor (29,3%).

Para que os profissionais trabalhem de maneira mais segura, com menos dano físico e emocional, o presidente da AMB, Cesar Fernandes, reduzir o número de casos é primordial.

– A única maneira efetiva é acelerar as medidas de prevenção, a vacinação, incentivar, através de campanhas bem conduzidas com uma fala uníssona bem dirigida, sem qualquer fake news a respeito ou sem qualquer fala desencontrada. As vezes não é fake news, mas se lançam dúvidas sobre a importância de usar máscaras, sobre a importância do distanciamento social, sobre a importância da vacinação. Acho que o Ministério não poderia titubear em relação a isso.

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