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No Dia Nacional da Visibilidade Trans, novas ameças à vereadora Benny Briolly

Por Redação
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Em Niterói, funciona o primeiro ambulatório a nível municipal, do estado do Rio de Janeiro, voltado para a população travesti e transexual
Benny em atividade no Quilombo Urbano Xica Manicongo Foto Gabriela Willer
A parlamentar relata ter recebido três ameaças de mortes, em menos de uma semana. Foto: Divulgação

Neste sábado (29), quando se celebra o Dia Nacional da Visibilidade Trans, o que a  vereadora Benny Briolly tem a dizer é que recebeu três ameaças de mortes, em menos de uma semana. Desde o início do seu mandato, ela denuncia que vem passando por situações semelhantes.

Benny é a primeira vereadora trans eleita em Niterói, tendo sido a mulher mais votada para a atual legislatura da Câmara Municipal. Na suas redes sociais, ela reproduziu o texto de um e-mail com data de 26 de janeiro:

“Minha Glock vai dar o tiro de misericórdia na sua testa. (…) Este e-mail, nem você nem a (polícia) civil de Niterói conseguirão rastrear (…) Por que acha que ninguém achou o responsável por matar Marielle Franco ?”

Por conta de ameaças desse tipo, a parlamentar chegou a ficar um período fora do país. Pelo seu perfil do Instagram, ela se pronunciou:

– Atualmente eu não tenho nenhuma segurabilidade que seja do governo. Tenho medo de ser a próxima vítima fatal de violência política como Marielle Franco. Eu sou uma continuidade de seu legado e a morte de Marielle Franco continua sem resposta e assim segue com a minha vida – afirmou – Esse é o primeiro mês de um ano eleitoral! Os que se beneficiam da velha política estão com sangue nos olhos. Desde que entrei no parlamento, senti a hostilidade e o incômodo do meu corpo dentro de um espaço de poder. Mas não posso deixar de tocar a luta e a construção ancestral que meu corpo carrega.

‘Não quero ser travesti eleita sozinha. Quero mais de nós no Parlamento’, diz vereadora de Niterói ameaçada.

Ambulatório

Em Niterói, funciona o primeiro ambulatório a nível municipal, do estado do Rio de Janeiro, voltado para a população travesti e transexual. Inaugurado em 2018, tem, até o momento, 440 usuários cadastrados.

O ambulatório de Atenção à Saúde da População Travesti e Transexual João Walter Nery faz parte da Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMS). Equipado de médico endocrinologista, enfermeiros, profissionais da Saúde Mental e assistentes sociais, faz cerca de 40 atendimentos mensais.  Professor e psicólogo, João Walter Nery é membro fundador da Associação Brasileira de Homens Trans.

A unidade é um espaço exclusivo para as pessoas transexuais serem assistidas em seus processos de hormonização e, na lógica do cuidado integral à saúde, serem referenciadas para o tratamento de outras demandas nas demais unidades de saúde do município. A diretora do ambulatório, Caroline Moreira Cabral, explica que este grupo evita o acesso às unidades de saúde por causa de estigmas.

– A transfobia acontece nos mais diferentes espaços. Isso dificulta que tenham acesso à saúde, à educação, aos serviços da cidade. Lutam diariamente para  ter sua identidade e nome reconhecidos e respeitados. Por isso, o ambulatório atua no sentido de romper com essa lógica, não apenas do cuidado à saúde, mas também oferecendo acolhimento, segurança e fortalecimento. É uma vitória para a população travesti e trans de Niterói”, afirma.

O ambulatório fica na Policlínica de Especialidades Sylvio Picanço, no Centro de Niterói. O atendimento ocorre nas quartas-feiras, no 4º andar, das 8h às 12h30 e 14h às 16h. Os atendimentos podem ser marcados pelo telefone: (21) 2612-8184.

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