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No Dia Estadual da Baía de Guanabara, há pouco a se comemorar

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Desde 2014, a Praia de Icaraí apresenta aumento do percentual de boletins que indica água própria para banho em 50% das vezes
Praia de Icaraí, Niterói
Praia de Icaraí: imprópria para o banho de acordo com o último boletim do Inea, de 15 de janeiro. Foto: reprodução

Nesta quinta-feira, 18 de janeiro, é celebrado o Dia Estadual da Baía de Guanabara. A data foi instituída em 2000 após uma tragédia ambiental: o vazamento de um tubo submarino que conectava a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) ao terminal Ilha D’Água, na Ilha do Governador (RJ), na mesma data, há 23 anos. Ao todo, houve o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo, o que resultou em uma mancha de cerca de 40 km ao longo da Baía de Guanabara.

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A data foi criada como um marco para mobilização pela recuperação e preservação da Baia de Guanabara. Porém, há pouco a se comemorar porque ainda hoje, a segunda maior baía em extensão do litoral brasileiro (cerca de 380 km² ) é quase sinônimo de poluição.

No seu entorno, estão os municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, São Gonçalo, Magé, Guapimirim, Itaboraí, Tanguá e partes das cidades do Rio de Janeiro, Niterói, Nova Iguaçu, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e Petrópolis – que reúnem cerca de dez milhões de habitantes, o equivalente a 80%  da população Fluminense.

Juntos, despejam 4,5 milhões de litros de esgoto por dia, na Baía de Guanabara, além de 98 toneladas de lixo, diariamente, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em dados de 2022.

A poluição das águas que recepcionam os viajantes que chegam ao Rio de Janeiro é constatada por qualquer pessoa que queira se banhar nas suas praias.

Praia de Icaraí

A praia de Icaraí, por exemplo. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) por se tratar de uma praia interior à Baía de Guanabara e se localizar em área urbana com alto adensamento populacional, “sofreu impactos nos níveis bacteriológicos, entre os anos de 2013 e 2014”.

Desde 2014, a frequência das coletas para monitoramento da qualidade da água passou de uma para duas vezes na semana. Segundo o Inea, foi observado um aumento do percentual de boletins próprios, que entre 2011 e 2013 ficou em 10%, enquanto desde 2014, até 2023, os resultados permanecem acima dos 50%.

O Inea informou que a melhora se deu por conta de ações da concessionária Águas de Niterói, a saber: eliminação dos lançamentos de efluentes nos cantos direito e esquerdo da praia, com captação em tempo seco destes efluentes e desvio para a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) de Icaraí; obras de captação em outros trechos da região; além de melhorias da rede coletora dos bairros de Icaraí e Santa Rosa.

O mais recente boletim de balneabilidade das praias de Niterói feito pelo Inea, com data de 15 de janeiro, indica que, de todas as praias no entorno da Baía de Guanabara, apenas um pequeno trecho de Charitas (principalmente, em frente à Avenida Quintino Bocaiúva n° 355) e as “irmãs” Adão e Eva se encontravam próprias para o banho.

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