12 de março

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No Carnaval marcado pelo calor, Helio Bueno retrata os personagens da cidade

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Cartunista do A Seguir faz críticas ao aquecimento global, supervalorização dos pets e inteligência artificial
Ilustração Sem Título
A criatividade para amenizar o calor carioca. Ilustração: Helio Bueno

Ser múltiplo e transitar em diversos ambientes são pilares do Carnaval. Mas essa época do ano, tão querida por muitos, também permite momentos de descontração e descarga de humor com situações corriqueiras. Nessa tentativa de deixar os problemas em suspensão, alguns elementos acabam passando despercebidos.

Apoiado nesse tom, e com um toque de ironia, o cartunista do A Seguir, Helio Bueno, elabora uma série de charges para registrar alguns personagens que vem ganhando destaque na cidade. Todos, por motivos óbvios, aderiram ao espírito do Carnaval e foram trajados de fantasia em suas ilustrações.

Leia mais: Feriadão de Carnaval à vista em Niterói

Nessa série, Helio não deixa de fora o que promete ser o grande protagonista dessa saga carnavalesca: o calor intenso que tem feito em Niterói – e continuará nos próximos dias.

Com seu senso crítico, ele traz humor ao calor sem fim na composição de personagens e elementos clássicos que representam os extremos climáticos, como a panela de pressão, o frigobar e o bote salva-vidas para se proteger das tempestades típicas do aquecimento global.

Ele também relembra um meme da cidade, o Frederico – nome dado ao jacaré que costuma transitar pela Lagoa de Piratininga. E retrata a capivara, frequentadora assídua da Praia de Piratininga.

Ele também faz críticas à Inteligência Artificial e a ascendência da máquina sobre o ser humano. Na charge, ele mostra um homem mascarado andando com seu cachorro fantasiado de robô enquanto segura um balão que nada mais é que um cérebro. É a inteligência artificial literalmente segurando um cérebro humano.

 

Folia sem fim e brincadeiras à parte

Em conversa com o A Seguir, o designer e artista plástico define o carnaval como a festa da descontração, da alegria, da liberdade. Ninguém se importa com o que está vestindo, o importante é participar de forma divertida. Ele também enxerga como uma manifestação artística de crítica política, social, de costumes.

– As pessoas têm a oportunidade de brincar, se soltar, expor toda a alegria. As fantasias que eu pensei foram muito pautadas também na crise climática, nesse calorão que a gente está vivendo, como a da panela de pressão, a do frigobar com pinguim em cima. A menina com bote, que no caso ilustra o episódio de quando está muito calor pode aumentar os riscos de temporal. Eu tenho um carinho especial pela charge do pet.

A charge do pet é uma homenagem às pessoas que fantasiam seus pets e levam para blocos para desfilar com seu pet. Mas retrata também um episódio que ficou muito marcado na sua memória.

Quando era mais novo, Helio lembra que conhecia uma senhora que andava com seu poodle branco vestido cada dia de uma fantasia diferente. Era uma caixa de surpresa desconcertante.

– Um dia ele estava vestido com uma roupinha do Elvis Presley, com aquela gravata alta cheia de brilho colorido. Outro dia de cowboy com chapéu, estrela de xerife, botinha. Outro dia de tirolez, de roupinha verde, chapeuzinho. Imagino que os outros cachorros que passavam por ele na rua podiam o deixar meio constrangido. Foi pensando nisso que eu tive a ideia de ilustrar um cachorro com cara de revoltado.

 

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