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No Barreto, Boemia se firma como novo local de rodas de samba ‘raiz’ de Niterói

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Simples e informal, o bar funciona em um sobrado. Como pede a tradição, os músicos ficam no meio do salão, rodeados, de perto, pelo público
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A informalidade dá o tom do Boemia. Fotos: Sônia Apolinário

Em um sobrado no Barreto, um pequeno bar está se firmando como novo destino certo para os apreciadores de rodas de samba, em Niterói. O Boemia foi inaugurado em fevereiro de 2021. À frente da casa, dois jovens amigos nutricionistas que, é claro, são apaixonados por samba.

Como reza a tradição, os músicos ficam no centro do salão e o público, em volta. Quando o A Seguir foi conhecer o local, quem estava se apresentando era Monica Mac.

– A casa vem abraçando os músicos. Os sócios são grandes incentivadores do samba. São respeitosos com as tradições e buscam criar um ambiente de bem-estar para todos porque cuidam de tudo com muito carinho – comenta Monica.

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Zé Katimba, Mingo Silva, Mari Ribeiro (do Sambastião) e a galera do Arruda também já passaram por lá. Foi ninguém menos do que Tassiana Perola Negra, filha de Jovelina (1944-1998), quem inaugurou a casa, que também já recebeu Guilherme Ramos, um dos fundadores da roda Terreiro da Vovó.

No centro do salão, Monica Mac comanda a roda de samba.- Não somos do meio, então, batemos muita cabeça até ir acertando as coisas. Somos apaixonados por samba. Vivíamos na Toca da Gambá e no Candongueiro. Queríamos para o nosso bar o samba de raiz e foi com esse objetivo que fomos montando a programação – conta Thayane Lopes, de 29 anos.

Seu sócio, George Furtado, tem 26 anos. Moradores do Barreto, os dois se tornaram amigos na faculdade de Nutrição que cursaram na Universidade Salgado de Oliveira.

O primeiro sonho da dupla foi abrir um restaurante. A oportunidade se mostrou quando se depararam com o sobrado para alugar. Um bar que abrisse apenas nos finais de semana permitiria que eles conciliassem o negócio com os respectivos empregos. E se é bar, tem que ter samba. Dos bons. Foi assim que o perfil do Boemia foi moldado.

Tahayane conta que foi um grande desafio convencer “bambas”  a tocarem em uma nova pequena casa, em Niterói. A vantagem, segundo ela, é que existem muitos músicos na cidade. O boca a boca entre eles foi se encarregando do resto, tendo como senha o aviso: o local é de samba de raiz.

No Boemia, impera a descontração e a informalidade. O ambiente é familiar. Quer ir de saltão, vai. Prefere chinelo? Sem problemas. Um acessório que cai bem é um leque, principalmente em dias de verão. A capacidade é de 120 pessoas.

A casa, sob as bênçãos de São Jorge.

Quem chega na casa é recepcionado por São Jorge – uma imagem do santo fica no final da escada que dá acesso ao salão.

Já que o bar é comandado por nutricionistas, são os próprios donos que colocam a mão na massa e preparam tudo o que é servido. O croquete de costela é o hit, já o bolinho de bacalhau é feito de acordo com a receita da mãe de Tahayane – o petisco foi batizado com o nome dela, Márcia. A coxinha recheada e o torresmo de rolo também fazem sucesso. Para beber, a cerveja gelada “de lei”, além de drinks e doses de cachaça.

O dia de fazer as comidas é quinta-feira. Decidir a quantidade a ser produzida é outro desafio.

– A gente nunca sabe o movimento que vai dar. Logo que abrimos, ficava monitorando as outras casas de samba, preocupada com a programação para saber se a gente estava no “páreo”.  Agora não monitoro mais, mas ainda fico ansiosa esperando o salão encher – admite Tahayane que é nutricionista da secretaria municipal de Assistência Social de Niterói.

Segundo ela, uma meta para 2023 é voltar a ter aulas de dança de samba e jongo, por lá. E ter na programação cada vez mais gente bamba.

Boemia Bar e Casa de Samba

Rua João de Deus Freitas, 5, Barreto, em frente à praça do bairro.

De sexta-feira a domingo, a partir das 18h, com roda de samba às 21h. Em alguns domingos, tem roda de samba às 17h, quando a casa abre às 15h.

 

 

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