2 de abril

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Niterói tem exposição sobre horrores da ditadura, nos 60 anos do golpe militar

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Mostra no Centro de Artes UFF apresenta fotografias, recortes de jornal, vídeos e documentos oficiais.
IMAGEM PAINEL GRAVES VIOLACOES DOS DIREITOS HUMANOS
Foto: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro

A série de horrores da ditadura é a temática da exposição “Rua da Relação, 40: testemunho material da violência de Estado”, em cartaz no Centro de Artes UFF, em Niterói a partir da próxima segunda (31). A exposição aborda o Dops e a violência de Estado e tem entrada franca.

Leia mais: Verão de 2025 entra para história de Niterói como o de recorde de incêndios

A exposição marca os 61 anos do golpe militar no Brasil e apresenta fotografias, recortes de jornal, vídeos e documentos oficiais que revelam diferentes faces da violência de Estado ao longo da história brasileira.

A mostra é organizada pela Secretaria Municipal das Culturas e reúne réplicas de arquivos históricos e documentos sobre prisões e torturas ocorridas no antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) do Rio de Janeiro.

O secretário das Culturas, Leonardo Giordano afirma que Niterói foi a primeira cidade do Brasil a criar uma Comissão Municipal da Verdade, logo após a criação da Comissão Nacional.

– A cidade sempre demonstrou grande resistência à ditadura militar. É fundamental que a cultura seja uma fonte de informação sobre os fatos, e é por isso que trazemos essa exposição. Vamos realizá-la no dia 31 de março, em descomemoração ao golpe, para que todos conheçam o que foi esse período triste da nossa história, para que nunca se esqueça, para que nunca mais aconteça!

Na exposição, os visitantes terão acesso à história do Palácio da Polícia, sede do Dops da Guanabara, onde foram realizadas operações de repressão, perseguição política e tortura, especialmente durante a ditadura civil-militar.

O edifício, construído no início do século XX, também abrigou órgãos policiais que promoveram perseguições a terreiros de religiões afro-brasileiras.

– Esse lugar acumula histórias e memórias sobre a violência de Estado em diferentes períodos e contra distintos alvos, e tem o potencial de ser um memorial e espaço de cultura e educação para a democracia – ressaltou a curadora, Fernanda Pradal.

Filmes de ditadura

Além da mostra, a programação inclui a exibição de filmes que aprofundam a reflexão sobre memória e direitos humanos. No dia 31, no Cine Arte UFF, serão exibidos “Trilha Sonora para um Golpe de Estado”, às 14h, “Ainda Estou Aqui“, às 17h10 e “Eunice, Clarice, Thereza” às 20h, com a presença do diretor Joatan Vilela Berbel. Os ingressos custam R$ 5 e a última sessão é gratuita.

– Para esta exposição, criamos um painel específico para mostrar a relação entre o prédio do DOPS e os espaços de prisão e tortura que haviam em Niterói, como a Fortaleza de Santa Cruz, o Centro de Armamento da Marinha, o Estádio Caio Martins, além do prédio do DOPS de Niterói.”, destacou Vera Schroeder, diretora da Fulô Cultural, co-realizadora da exposição, em parceria com o Coletivo RJ Memória, Verdade, Justiça e Reparação.

Racismo em prisões

Entre os materiais expostos, há registros sobre a prática racista das prisões, por vadiagem no pós-abolição, a repressão a organizadores de bailes soul nos anos 1970, relatos sobre o uso de uma jiboia para torturar presos políticos e comuns já em plena redemocratização, entre outras arbitrariedades cometidas contra os direitos humanos.

A exposição é uma realização da Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal das Culturas, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) com produção da Fulô Cultural.

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