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Niterói tem 83 favelas onde moram 18% da população do município

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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O Brasil tem 12.348 favelas, onde moram 8,1% dos habitantes no país. Dados são de um complemento do Censo 22 divulgado pelo IBGE
Morro do Estado  Foto: Prefeitura
Em Niterói, 86.983 pessoas moram em favelas. Foto: arquivo A Seguir Niterói

Niterói tem 83 favelas. Nelas moram 86.983 pessoas, que representam 18% da população de 481.749 residentes do município. Os dados fazem parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Leia mais: Boom imobiliário: Niterói terá 30 lançamentos em 2025, mais do que o dobro de 2024

Em relação ao Censo anterior, de 2010, as favelas em Niterói aumentaram em 9,2%. Há 12 anos, o total de moradores dessas comunidades era de 79.623 pessoas.

Os pesquisadores do IBGE consideram favelas e comunidades urbanas localidades com características como insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta precária ou incompleta de serviços públicos, padrões urbanísticos fora da ordem vigente e ocupação de áreas com restrição ou de risco ambiental.

Mais moradores, mais domicílios. O novo censo apontou a existência de  36.304 domicílios em favelas de Niterói. Desse total, 32.535 (89,6%) são particulares e permanentemente ocupados, o que representa um aumento de 33,9%, em relação a 2010. Do atual n[umero de domicílios particulares, 23.667 (72,7%) estão em construção ou em reforma.

Brasil

De acordo com o levantamento, o Brasil tem 16,390 milhões de pessoas que moram em favelas e comunidades urbanas. Isso representa 8,1% do total de 203 milhões de habitantes no país, ou seja, de cada 100 pessoas, oito vivem nesses locais. A pesquisa apontou que há 12.348 favelas em 656 municípios do Brasil.

Em 2010, 11,4 milhões de pessoas residiam em favelas, o que representava  6% da população do país à época..

Até o Censo anterior, de 2010, o IBGE adotava a expressão “aglomerados subnormais” para se referir às favelas. Em 2010, o IBGE tinha identificado 11,4 milhões de pessoas em 6.329 aglomerados subnormais, o que equivalia a 6% da população.

Os pesquisadores advertem que é preciso cuidado ao fazer a comparação entre 2010 e 2022, pois nesse intervalo de tempo “aconteceram melhorias tecnológicas e metodológicas na identificação dos recortes territoriais”.

A analista do IBGE Letícia de Carvalho Giannella explica que os avanços técnicos resultaram no mapeamento de áreas não identificadas anteriormente e no ajuste de limites:

– A comparação entre o resultado das duas pesquisas apresenta limitações e não deve ser realizada de forma direta. Quando a gente olha a variação de população, o aumento de território, sem essa crítica, o que pode parecer como um simples crescimento demográfico pode ser fruto, na realidade, de uma melhoria do mapeamento, das condições de classificações dessas áreas – afirmou.

Rocinha, RJ

Entre as 12.348 favelas e comunidades urbanas do país, a Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, era a mais populosa, em 2022, com 72.021 moradores. De acordo com o IBGE, as 20 maiores favelas brasileiras agrupam 858,6 mil moradores, representando 5,2% do total da população residente em comunidades pelo país. Dessas mais populosas, oito estavam na região Norte; sete, no Sudeste; quatro no Nordeste; e uma no Centro-Oeste.

As 20 maiores favelas em quantidade de moradores são:

1) Rocinha – Rio de Janeiro (RJ), 72 021
2) Sol Nascente – Brasília (DF), 70 908
3) Paraisópolis – São Paulo (SP), 58 527
4) Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM), 55 821
5) Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ), 55 653
6) Heliópolis – São Paulo (SP), 55 583
7) Comunidade São Lucas – Manaus (AM), 53 674
8) Coroadinho – São Luís (MA), 51 050
9) Baixadas da Estrada Nova Jurunas – Belém (PA), 43 105
10) Beiru / Tancredo Neves – Salvador (BA), 38 871
11) Pernambués – Salvador (BA), 35 110
12) Zumbi dos Palmares/Nova Luz – Manaus (AM), 34 706
13) Santa Etelvina – Manaus (AM), 33 031
14) Baixadas da Condor – Belém (PA), 31 321
15) Colônia Terra Nova – Manaus (AM), 30 142
16) Jacarezinho – Rio de Janeiro (RJ), 29 766
17) Vila São Pedro – São Bernardo do Campo (SP), 28 466
18) Cidade Olímpica – São Luís (MA), 27 326
19) Chafik / Macuco – Mauá (SP), 26 835
20) Grande Vitória – Manaus (AM), 26 733

A Rocinha também apresentou o maior número de domicílios particulares permanentes ocupados (30.371 unidades). De acordo com o Censo 2022, existem 6.556.998 domicílios em favelas de todo o país. Desse total,  5.557.391 (ou 84,8%) eram domicílios particulares permanentes ocupados.

A segunda com mais domicílios também fica no Rio de Janeiro. É Rio das Pedras, na Zona Oeste carioca.

Mais igreja do que escolas

Entre os 958.251 estabelecimentos encontrados pelo Censo 2022 nas favelas e comunidades urbanas, 7.896 eram de ensino, 2.792 eram de saúde e 50.934 eram estabelecimentos religiosos.

Significa que, proporcionalmente, havia 18,2 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimento de saúde e 6,5 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimento de ensino.

Do total de estabelecimentos, em 2022, segundo o IBGE, 64,3% eram estabelecimentos de outras finalidades (oficinas mecânicas, bancos, farmácias, escritórios, lojas e comércio em geral) e 29,1% de edificações em construção ou em reforma.

Negros e mais jovens

As proporções de pessoas que se declararam pardas (56,8%) e pretas (16,1%) na população das favelas e comunidades urbanas é superior aos percentuais observados na população total (respectivamente 45,3% e 10,2%).

Já a proporção das pessoas brancas na população do país (43,5%) é superior ao percentual observado nas favelas e comunidades urbanas (26,6%).

O Censo 2022 apontou que a população das favelas é mais jovem que a do país como um todo. A idade mediana da população do país era 35 anos enquanto nas favelas e comunidades urbanas é de 30 anos.

Saneamento

De acordo com o levantamento, a rede geral de água chega a 86,4% dos domicílios das favelas e a de esgoto alcança 74,6% desses domicílios. Somente em 20,7% deles, o lixo é coletado em caçambas.

 

Com as agência Brasil e IBGE

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