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Niterói para exportação: petróleo bota cidade na balança comercial do Brasil

Por Redação
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Cidade contribui para o superávit do estado, maior produtor de petróleo e derivados do país
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Dados revelam que Niterói exportou mais de US$ 200 milhões este ano – Foto: Arquivo.

Niterói passou a contribuir com a balança comercial brasileira, com a exportação de derivados do petróleo: de janeiro a junho a cidade exportou US$ 207,8 milhões e importou US$ 191,9 milhões, resultando em um superávit de aproximadamente US$ 15,9 milhões, de acordo com o Comex Stat, sistema do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O estado do Rio é o maior produtor de petróleo e gás do país, em função das atividades da bacia de Campos e da exploração do Pré-sal.  Nos primeiros cinco meses do ano, o petróleo foi responsável por 79% das exportações fluminenses, movimentando US$ 13,6 bilhões. Essa concentração no setor de óleo e gás tem um impacto direto na economia de Niterói, que abriga infraestrutura e empresas ligadas à cadeia produtiva.

Exportação e royalties

A relevância do petróleo para Niterói vai além das exportações diretas.  As estimativas de arrecadação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que, apenas em 2025, Niterói deve receber R$ 998 milhões em royalties e R$ 1,16 bilhão em participação especial – esta última incidindo sobre a produção de campos gigantes. Ao todo, R$ 2,15 bilhões estão previstos para o caixa municipal ao longo do ano.

O município projeta acumular R$ 9,2 bilhões em royalties e participações especiais do petróleo entre este ano e 2029. Esse montante, pago pelas empresas petrolíferas que atuam no litoral fluminense e utilizam as estruturas de apoio logístico da região, injeta dinheiro diretamente no caixa da prefeitura.

A indústria de óleo e gás não apenas gera receita direta, mas também mobiliza intensamente a economia local. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), os estaleiros de Niterói empregam atualmente 15,8 mil pessoas, com perspectivas de expansão dos negócios.

Rafael Rodrigues da Costa, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), reforça o potencial de Niterói nesse contexto. “O petróleo tem potencial para gerar ganhos significativos a um município, sobretudo por meio da arrecadação de royalties e do aumento da dinâmica da economia local. O município recebe uma parte da receita do petróleo, o que permite investimentos em infraestrutura, saúde, educação e outros serviços públicos. Além disso, a presença da indústria petrolífera atrai empresas fornecedoras de bens e serviços, impulsionando a criação de empregos diretos e indiretos”, afirmou.

Segundo a Prefeitura de Niterói, o setor naval é o mais favorecido pela indústria de óleo e gás na cidade. Há também uma cadeia fornecedora especializada em serviços de engenharia e consultoria, além de produtores de equipamentos. A prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que “o comércio local e o setor imobiliário também são diretamente impactados pelo fluxo de profissionais da área, que buscam moradia e serviços na cidade. A hotelaria e a gastronomia se beneficiam do movimento gerado por trabalhadores, empresários e eventos ligados ao setor.” A expansão da atividade naval, inclusive, estimula investimentos imobiliários no Centro da cidade.

Parcerias comerciais

O Estado do Rio de Janeiro consolida-se como um dos principais polos exportadores do país, respondendo por 12,9% das exportações nacionais no período analisado.

Os principais parceiros comerciais do estado foram a China (US$ 5,6 bilhões) e os Estados Unidos (US$ 2,8 bilhões), além de Espanha, França e Índia. A secretária interina de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Fernanda Curdi, reforçou que a balança comercial fluminense fechou o ano passado com um superávit de US$ 17,8 bilhões, com US$ 45,7 bilhões em exportações.

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