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Niterói na rota da limpeza: voluntários, entre crianças e idosos, se unem para mutirão nas praias repletas de lixo

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Praia de São Francisco é uma das que mais recebem lixo; na lista também estão a Praia de Itacoatiara e de Itaipu
limpeza praias
Limpeza de praias da cidade reúne adeptos de diversas faixas etárias. Foto: Arquivo

Niterói será uma das cidades que irá participar do projeto “Clean Up The World“, realizado em 125 países no próximo sábado (14). Mas não é de hoje que a cidade integra a iniciativa. Com apoio da Prefeitura, a cidade participa do projeto desde setembro de 1998. A atividade, que reúne voluntários em diversas partes do mundo, é fixa no calendário da Década de Preservação dos Oceanos, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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Ao longo da semana e em apoio à campanha, o A Seguir trará depoimentos de participantes do projeto. Nesta reportagem, convidamos a ambientalista e também veterinária, Andrea Grael.

Andrea possui uma relação estreita com as causas ambientais. Por conta própria, independente de datas e multirões, começou a coletar lixo em praias de Niterói, sem ajuda de ninguém, há 15 anos. Com o tempo, foi conquistando adeptos. No início, as pessoas comentavam que ela estaria “enxugando gelo” porque observavam a melhora no visual imediatamente após a remoção dos resíduos.

– A função da limpeza de praia vai além da retirada dos resíduos. A participação das pessoas gera uma conscientização do seu próprio consumo e descarte de lixo. Cada lixo retirado podemos pensar em quantos impactos a menos na fauna e no ecossistema marinho – afirmou Andrea ao A Seguir.

Lixo que não acaba mais

A Praia de São Francisco é uma das que mais recebem lixo com marés. Na maioria das vezes são coletados lixos em diversas formas como isopor, cotonete, copos de refrescos, tampinhas, garrafas e sapatos. Em apoio ao Dia Mundial da Limpeza, o projeto Conexão Circular reforçará o time para faxinar o Canto de Itaipu. Além da Praia de Itaipu e São Francisco, a Praia de Itacoatiara também receberá ações de limpeza.

Em Itaipu, os itens mais encontrados foram papéis, pontas de cigarro e canudos de plástico.

Aos voluntários dedicados às causas ambientais, o ponto de encontro do mutirão será em frente à pousada Camarote, às 9h, com direito a aula de ioga e café da manhã colaborativo, antes, é claro, do mutirão de limpeza nas areias e no fundo do mar. Os interessados em participar,  podem pegar um ônibus, cedido pela viação Pendotiba, que sairá às 8h do Terminal João Goulart, retornando às 11h30.

Participação de crianças e idosos

– Nós vamos fazer uma ação na enseada de São Francisco, das 10h às 11h30. A gente vai fazer em locais com acessos mais difíceis, onde acumula muito lixo. Irão participar crianças e muitos adultos. Os idosos irão ficar na beirada e vão ajudar a gente a recolher o lixo que tiver mais fácil de puxar. As crianças vão embarcar com a gente em caiaque e prancha. Vamos de barco nesses locais retirando o lixo. A ideia é fazer uma arte com o material encontrado – destacou Andrea.

Natureza pede socorro

Andrea conta que, apenas na semana passada, recolheu 14 sacos de lixo num trecho pequeno de São Francisco. Ela relata que a situação do lixo flutuante está muito complicada, pois ele vem de diversas fontes, como o comércio da orla, moradores de rua que descartam suas quentinhas e roupas, e as pessoas que circulam na orla que jogam lixo na areia. E outros que vem da própria canalização e da Baía de Guanabara.

– Sábado passado eu resgatei uma ave chamada martim-pescador que estava enroscada no anzol em linha de pesca. E esse animal quase foi a morte. Felizmente, por ser veterinária, eu consegui salvar ele. Ainda assim, ave precisou ficar uma semana em tratamento intensivo. No mesmo dia, recebi uma tartaruga marinha que estava enroscada em rede de pesca. Mais um animal vítima de lixo marinho. Fruto das redes fantasmas que são colocadas no mar diariamente – concluiu.

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