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Niterói já perdeu R$ 360 milhões de royalties e prejuízo pode passar de R$ 1 bi no ano

Por Redação
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São Gonçalo, Magé e Guapimirim recorreram ao STJ para receber pagamentos por liminar, antes do julgamento do mérito da ação que cobra direito aos royalties do petróleo
Niterói trava guerra por royalties do petróleo. Foto: Divulgação
Royalties do petróleo são calculados pela projeção das áreas de produção do Pré-Sal, na bacia de Campos, sobre o litoral dos municípios produtores; São Gonçalo, Magé e Guapimirim, situados na baía de Guanabara, segundo o IBGE, não aparecem neste cálculo. Foto: reproduçãoo.
Niterói já perdeu cerca de R$ 360 milhões, no ano passado, referentes a royalties e participações na produção de petróleo, em função de uma decisão liminar da Justiça que alterou a fórmula de distribuição dos recursos, beneficiando São Gonçalo, Magé e Guapimirim.
O prejuízo, no entanto, pode chegar a R$ 1 bilhão, este ano, segundo estimativas da Secretaria Municipal de Fazenda, caso o STJ decida, na próxima quarta-feira, dia 19, revogar a decisão que bloqueou os pagamentos até o julgamento do mérito da questão. A prefeitura de Niterói informou que “confia na manutenção da decisão da ministra Presidente do STJ,  negando o recurso das cidades.”
Uma batalha judicial
Os royalties do petróleo são uma compensação, definida por lei, para estados e municípios onde se dá a produção e /ou que participam da infraestrutura e atividades de produção. Isso porque a exploração de recursos minerais, como ferro ou petróleo, não é taxada como outros produtos, sobre os quais incidem impostos como o IPI ou ICMs. Desta forma, a distribuição dos royalties do petróleo leva em consideração critérios  técnicos definidos pelo IBGE e pela ANP, que já se posicionaram contra a mudança na distribuição.
Mesmo assim, os municípios conseguiram uma decisão judicial liminar que altera o enquadramento existente de áreas limítrofes para áreas produtoras, para receberem uma parcela maior dos benefícios do petróleo. Mesmo sem o julgamento do mérito da ação, São Gonçalo, Magé e Guapimirim  sacaram mais de R$ 600  milhões, dinheiro que antes se destinava a cidades como Maricá, Saquarema, Niterói e Macaé, entre outras. No fim do ano, porém, Niterói conseguiu uma liminar suspendendo os pagamentos, diante do risco de prejuízo irreparável e desequilíbrio fiscal.

A defesa de Niterói

De acordo com a Prefeitura de Niterói, “o processo ajuizado pelas cidades que reivindicam parcela dos royalties e participações especiais se baseia em estudo sem nenhuma perícia ou análise técnica. O autor do laudo anexado ao processo, que supostamente sustenta a alegação dessas cidades, está sendo investigado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) por falta de capacidade técnica. Tanto IBGE quanto ANP já se posicionaram contra a mudança na distribuição e ofereceram todos os documentos comprobatórios que rechaçam a tese alegada.”

Desde 2019, Niterói instituiu por lei o chamado Fundo de Equalização de Receita, uma poupança dos royalties para garantir recursos para as futuras gerações e escapar de erros históricos no estado do Rio e em outros países, que se viram completamente dependentes da atividade exploratória e entraram em profunda crise econômica após o declínio da produção de petróleo e gás.

Segundo a prefeitura, “a ação responsável de Niterói rendeu à cidade o mais alto grau de investimento do país pelas principais agências de classificação de risco do mundo, o brAAA, com destaque para a responsabilidade e transparência no uso dos recursos públicos e na estabilidade financeira da cidade. Com a nota, Niterói se classifica como uma cidade que transmite confiança para investidores nacionais e internacionais.”

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