26 de dezembro

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Niterói foi a terceira cidade do Estado com o maior número de tiroteios em janeiro

Por Redação
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Foram 14 tiroteios, sete mortos e dez feridos, segundo relatório mensal do Instituto Fogo Cruzado
Morro do Estado. Foto: leitor
Morro do Estado. Foto: leitor

Niterói foi a terceira cidade – entre os 92 municípios do Rio de Janeiro – com o maior índice de tiroteios no mês de janeiro, depois de registrar queda nos índices ao longo do ano passado. Foram 14 tiroteios, sete mortos e dez feridos, segundo relatório mensal do Instituto Fogo Cruzado. Mais da metade dessas mortes, quatro, ocorreram numa única operação policial no Complexo do Santo Cristo, no Fonseca, em 5 de janeiro.

O número praticamente repete a estatística de janeiro do ano passado, quando foram registrados 13 tiroteios e sete mortes. Pouco mudou também em relação a dezembro passado, que teve dois tiroteios a mais, porém com uma morte a menos.

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Niterói registrou a terceira maior taxa de violência armada do estado neste início de ano. Os municípios mais afetados foram Rio de Janeiro (194 tiroteios, 39 mortos e 43 feridos) e Duque de Caxias (23 tiroteios, sete mortos e três feridos). São Gonçalo e Nova Iguaçu, que também são mais populosos do que Niterói, fecham o ranking, respectivamente.

Queda da violência

Em 2022, Niterói teve 145 tiroteios, menor registro dos últimos quatro anos. Em comparação com 2021, que registrou 253 ocorrências, a queda foi de 43%. Também diminuíram as ações policiais, de 127 para 79, e o número de mortos, de 69 para 63.

Outra redução expressiva diz respeito aos números de crianças, adolescentes e idosos baleados. Em 2022, foram três, contra oito em 2021. Ao mesmo tempo, houve uma redução de 50% no número de agentes de segurança alvejados: de oito para quatro.

Região Metropolitana

O primeiro mês de 2023 concentrou 294 tiroteios na região metropolitana do Rio, o que representa um aumento de 29% em comparação com janeiro de 2022, que concentrou 228 tiroteios. Desse total, 39% (114) ocorreram em operações policiais. Em janeiro de 2022, dos 228 tiroteios, 31,5% (72) foram provocados por agentes do estado.

Ao todo, 164 pessoas foram baleadas na região metropolitana no primeiro mês do ano: 81 delas morreram e 83 ficaram feridas. Em comparação com janeiro de 2022, que concentrou 122 baleados, sendo 64 mortos e 58 feridos, este ano teve um aumento de 27% no número de mortos e de 43% no número de feridos.

Comando Vermelho x Milícia

As disputas entre as milícias e as facções do tráfico ganharam um novo capítulo em janeiro, com a invasão do Comando Vermelho a áreas dominadas por décadas pela milícia, na Zona Oeste. Ao todo, o primeiro mês de 2023 teve 12 tiroteios durante disputas entre grupos armados. A Zona Oeste concentrou nove tiroteios, cinco mortos e dois feridos somente durante disputas entre criminosos.

A Gardênia Azul, em Jacarepaguá, tem sido um dos principais locais das disputas. A região acumulou nove tiroteios em janeiro, sendo dois deles durante disputas entre tráfico e milícia, outros três foram em ações e operações policiais e quatro não tiveram a motivação identificada. Moradores da Gardênia Azul relatam que traficantes impuseram o toque de recolher, e famílias estão preocupadas com a volta às aulas na rede pública de ensino.

A Cidade de Deus, ao lado da Gardênia Azul, também foi afetada pela invasão. Dominada há anos pelo Comando Vermelho, a favela concentrou sete tiroteios em janeiro, um deles em disputas entre grupos armados.

Já a Muzema, escolhida há um ano para receber o programa de segurança pública Cidade Integrada, do Governo do Estado, acumulou quatro tiroteios, sendo dois deles em disputas. Em Curicica, também foram quatro tiroteios, um deles em disputa entre grupos armados.

– Falar sobre os grupos armados, sobre os conflitos entre tráfico e milícias, é um obstáculo para o governo do estado, que não divulga dados sobre essas disputas. Hoje o Instituto Fogo Cruzado conta com um Mapa Histórico dos Grupos Armados que ajuda a compreender as diferentes dinâmicas da violência armada no Rio de Janeiro. Com esses dados é possível saber, por exemplo, que a milícia controla 49,9% das áreas dominadas por grupos armados. Sem os dados, que mostram em detalhes o tamanho do problema, qualquer operação policial, como já foi dito uma vez, será para enxugar gelo – avalia Carlos Nhanga, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro.

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