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Niterói está em estágio de atenção para casos de dengue. De acordo com a plataforma Infodengue (Fundação Oswaldo Cruz, RJ, e Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas), o município, em 30 de dezembro, tinha uma taxa da doença de 0,8 por 100 mil habitantes.
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A plataforma registrou que, esse ano, até essa semana, 297 casos de Dengue foram registrados, no município. No ano passado, até essa semana, 99 tinham sido registrados.
O estágio para a doença, em Niterói, é o segundo. Corresponde à cor Amarela, que indica condições climáticas propícias para aumento da população do vetor e transmissão de arboviroses.
O primeiro estágio, Verde, é para condições climáticas desfavoráveis, seja por baixa temperatura ou baixa umidade, e baixa incidência de casos.
O terceiro, Laranja, aponta transmissão aumentada e sustentada da arbovirose.
O quarto, Vermelho, indica incidência alta, acima dos 90% históricos.
A cidade do Rio de Janeiro se encontra em estágio vermelho, com atividade aumentada e incidência de 27,3 casos por cem mil habitantes.
Apesar dos dados da plataforma, na avaliação da secretaria municipal de saúde de Niterói, os casos da doença, na cidade, se mantêm estáveis. A secretária Anamaria Schneider explicou que a estratégia de combate às arboviroses, no município, é baseada no trabalho dos agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), nos mutirões regionais e na parceria entre a SMS, a Fiocruz e o World Mosquito Program (WMP) no Projeto Wolbachia.
– Esse trabalho que é feito de combate às arboviroses é fruto da dedicação dos nossos agentes. É um trabalho de prevenção que também passa pelas atividades de conscientização desenvolvidas em palestras lideradas por esses profissionais em unidades de saúde, escolas e também nas praças da cidade. Vale destacar ainda que através do Projeto Wolbachia, em parceria com a Fiocruz, se mantém um cenário positivo dos casos das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti – afirmou Anamaria.
Em 2023, Niterói se tornou a primeira cidade brasileira com 100% do território coberto pelo método Wolbachia. No Brasil, ele é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.
Em Niterói, o trabalho foi iniciado em 2015 com uma ação piloto em Jurujuba. Em 2017, começou uma expansão no município, e o método Wolbachia chegou a 33 bairros das regiões praias da Baía e Oceânica. Em 2021, segundo a secretaria de saúde, “dados revelaram a eficácia da proteção garantida pela Wolbachia”.
– Os números apontam a redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção entomológica. Naquele período, 75 % do território estava coberto – informou a secretária.
A Wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti. Uma vez inserida artificialmente em ovos de Aedes aegypti, a capacidade do Aedes transmitir o vírus da zika, chikungunya e febre amarela fica reduzida.
Com a liberação de mosquitos com a Wolbachia, a tendência é que esses mosquitos se tornem predominante e diminua o número de casos associado a essas doenças.
Ainda de acordo com a secretária, Niterói conta com cerca de 300 servidores envolvidos nas atividades de combate ao mosquito transmissor das arboviroses, e 5 mil imóveis são visitados diariamente.
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