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Niterói 40°entra na onda das gelaterias

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Depois do italiano e do açaí, chegou a vez das gelaterias. Em cerca de quatro meses, cinco lojas foram abertas na cidade
borelli
Gelatos têm menos gordura e açúcar do que os sorvetes. Foto: Reprodução/Gelato Borelli

Depois do italiano e do açaí, Niterói vive o “boom” das gelaterias. Em cerca de quatro meses, cinco lojas foram abertas na cidade.

Em comum, são locais que capricham na decoração para criar ambientes charmosos, são também cafeterias e têm a Itália como inspiração para seus produtos. De todas as lojas, somente uma não é franquia, mas sim, “cria” da cidade.

Trata-se da Nonno Roberto Gelato, no Centro. A Gelato Borelli Niterói, no Jardim Icaraí, é franquia, mas os sócios estão por lá para receber e servir o público.

Na Bacio di Latte, o sabor caramelo salgado é hit

No mesmo bairro, a Bacio di Latte abriu sua terceira unidade em Niterói. As outras ficam no Plaza Shoping (a primeira), no Centro, e em Icaraí. Ao todo, a gelateria criada por dois irmãos italianos, em São Paulo, tem 140 lojas espalhadas pelo país, além de duas unidades em Los Angeles (EUA).

Um caminho inverso foi feito pela Calebito. A marca de Macaé abriu sua primeira franquia na cidade, em Icaraí. Menos de um mês depois, uma segunda já funcionava no Plaza Shopping,

Artesanal

Nonno Roberto: nome é homenagem ao pai do dono da gelateria. Foto: Divulgação

Na Nonno Roberto, os clientes podem ver a produção do dia graças a uma janela de vidro, que divide a fábrica do salão. São os donos, o casal Adão e Aline Dantas, que colocam a mão na massa – metaforicamente falando.

Por dia, eles produzem, no mínimo, 30 litros de sorvete, ops, gelato. Na “casa” tem sempre 12 sabores disponíveis. Além das diversas variações de chocolate e pistache (sabor queridinho do momento), a Nonno tem várias opções de frutas como melancia, maracujá e limão. O que para Adão é motivo de orgulho.

– Os sabores tradicionais são ótimos, mas queria usar as nossas frutas também, que são tantas. E é possível trabalhar com elas. As pessoas estão gostando – conta.

Carioca que mora em Niterói desde 2015, Adão é advogado por formação. Durante anos trabalhou como consultor jurídico da Petrobras, até que resolveu mudar de vida. A chacoalhada aconteceu após a morte do seu pai, Roberto, em 2021.

Ele reparou que havia, no país, uma tendência de crescimento dos gelatos e resolveu apostar. Foi para Lugano, parte italiana da Suíça, onde ficou seis meses estudando e trabalhando em gelaterias. Na volta, cursou uma escola que funciona em Penedo (RJ). Depois, ficou cerca de um ano desenvolvendo seu projeto para Niterói. Em seguida, encarou três meses de obra para transformar um velho imóvel na Nonno Roberto.

Das novas gelaterias, só a Nonno Roberto não é franquia. Foto: Divulgação

 

É verdade que ele não imaginava que tantos estabelecimentos parecidos com o dele iriam abrir, na mesma época, na cidade. Ele jura que não se desesperou com isso:

– Sou um entusiasta do segmento. Quanto mais gelaterias, melhor. Na Itália, tem uma do lado da outra, por todos os lugares. No Brasil, temos sol praticamente o ano todo e o brasileiro entende o gelato não apenas como alívio para o calor, mas como sobremesa. Quem consome um verdadeiro gelato artesanal sabe que está consumindo alimento de boa qualidade.

Por enquanto, Adão não pensa em abrir franquias da sua marca. Nesse momento, para ele, o mais importante é garantir um bom serviço, marcando presença diária na loja, além de bons produtos, é claro.

 

Na Gelato Borelli, a produção também é feita no local, sob supervisão de uma nutricionista. A quantidade segue o ritmo do movimento. Diariamente, são 16 sabores disponíveis. Há opções sem lactose, além de sabores sazonais que mudam junto com a estação do ano. No momento, pistache, caramelato e cacau bueno (uma variação de chocolate) são os mais vendidos.

Alexandre Mitidieri, um dos sócios, conta que, quando decidiu que traria uma franquia da Borelli para Niterói, foi em busca de um “ponto perfeito”. Levou seis meses até chegar em um casarão praticamente abandonado, nas esquinas das ruas Mariz e Barros e Geraldo Martins. Ele encarou seis meses de obra.

Borelli pode ter uma segunda loja em Niterói, em breve. Foto: Sônia Apolinário

O imóvel de 1940, pertenceu à família italiana Pugliese. Quem passava pelo local, ainda em obras, apostava que o local seria um restaurante, de tão grande o espaço.

– Quis vir para cá porque é um bairro jovem, com poder econômico médio, muitas escolas, em uma região onde mais se constrói, atualmente, em Niterói. A cidade não tinha nada nessa pegada. Até então, as sorveterias não se importavam em fazer um ambiente especial. As pessoas estão gostando tanto do espaço quanto do sorvete – diz Mitidieri.

Das novas gelaterias da cidade, a sua foi a última a inaugurar. Ele tem certeza que não se trata de um “boom” passageiro, mas que os gelatos chegaram para ficar em Niterói. Como Adão, da Nonno Roberto, ele aposta na cultura nacional que percebe o sorvete como uma sobremesa, ou seja, um alimento consumido todos os dias, faça calor ou frio.

– Pudim é sobremesa fria e é consumida o ano todo. A Quasar funciona há cerca de 20 anos em São Francisco. É um produto que o niteroiense gosta, principalmente o gelato. As pessoas estão mais ligadas nos sabores, estão mais gourmetizadas, conhecendo melhor os produtos e dando o devido valor – compara.

Como a Bacio di Latte, a Borelli tem uma variedade de produtos próprios, como os cremes que misturam avelã com cacau ou pistache com chocolate branco.

A marca foi criada há dez anos, em Ribeirão Preto (SP), por um amante da alta gastronomia que foi para a Itália mergulhar no mundo das gelaterias. Votou com o desafio de replicar, na sua cidade, os sabores e técnicas que aprendeu no exterior.

Mitidieri conheceu uma franquia da marca há dois anos, em Sorocaba, e se apaixonou pelo produto. Ele diz que não se preocupa com a concorrência. Tanto que já planeja abrir uma segunda loja, em breve.

Gelato X Sorvete

Gelatos são “orgulhosos” da sua cremosidade

 

Não cometa a gafe de pedir um sorvete nas gelaterias. Confira a diferença entre os produtos:

Gelato: Tem 4,6% de gordura. É feito com leite tipo A e creme de leite fresco. Tem menos açúcar. Tem mais produto e menos ar porque incorpora apenas 25% de ar. Não possui aromatizante, conservante e corante artificial.

Sorvete: Tem 10 a 18% de gordura. Tem como ingrediente gordura vegetal hidrogenada. Tem mais açúcar. Incorpora 100% de ar. Possui aromatizante, conservante e corante artificial.

Waffles assados na hora viram as casquinhas

Aroma

Entre todas as novas gelaterias, há mais uma coisa em comum: o aroma no seu interior. Todas têm um suave e inebriante cheiro adocicado proveniente da “produção” das casquinhas, que nada mais são do que waffles doces e dourados, assados na hora.

Serviço

Nonno Roberto Gelato – Av. Visconde do Rio Branco, 631, Centro – Funcionamento: Seg a sex 10h às 19h / Sab 13h às 20h / Dom 13h às 17h

Gelato Borelli – Rua Geraldo Martins, 213, Jardim Icaraí – Funcionamento: todos os dias, das 10h às 22h

Bacio di Latte

Rua Domingues de Sá, 300, Jardim Icaraí – De segunda a sábado das 10h às 22h, e aos domingos das 14h às 20h.

Rua Ator Paulo Gustavo, 75, Icaraí – De segunda a domingo das 10h às 22h

Plaza Shopping: Rua Quinze de Novembro, 8, Centro (2º Piso) – Segunda a Sábado: 10h às 22h. Domingos e Feriados: 13h às 21h.

Calebito

Av. Jorn. Alberto Francisco Torres, 365, Icaraí – Todos os dias das 11h às 22h

Plaza Shopping: Rua Quinze de Novembro, 8, Centro (2º Piso) – Segunda a Sábado: 10h às 22h. Domingos e Feriados: 13h às 21h.

 

Escolha com calma. Os atendentes sabem que é uma tarefa difícil. Foto: Nonno Roberto Gelato

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