Niterói e Rio estão, oficialmente, na disputa para se tornarem sede conjunta dos XXI Jogos Pan-Americanos e IX Parapan-Americanos 2031. O dossiê de candidatura foi entregue à Parapan-Americanos de 2031 que, na quinta-feira (1), informou que o documento foi aceito.

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As duas cidades terão como adversária na disputa somente Assunção, capital do Paraguai.

Agora, a candidatura conjunta dará início a sua campanha internacional em busca de votos. O colégio eleitoral da Panam Sports é formado por um total de 41 Comitês Olímpicos Nacionais que totalizam 53 votos – países que já organizaram a competição têm direito a dar dois votos. No Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo já sediaram eventos do tipo, respectivamente, em 2007 e 1963.

A decisão sobre a sede será anunciada pela Panam, no próximo mês de agosto.

A vice-prefeita de Niterói e medalhista olímpica, Isabel Swan, foi eleita, em abril passado, presidente da Comissão de Atletas da Panam Sports, sendo a primeira brasileira a assumir o cargo. Da entidade, fazem parte outros três brasileiros: Marco La Porta, Presidente do COB; o também medalhista olímpico Bernard Rajzman; e Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paralímpico Internacional.

Seus mandatos vão até 2028. Marco La Porta assumiu a Comissão de Coordenação e Seguimento dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2027 – que também conta com Isabel Swan como Presidente da Comissão de Atletas.

Já Bernard Rajzman, referência do vôlei nacional e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), integra a Comissão de Solidariedade Olímpica Pan-americana da Panam Sports. Andrew Parsons faz parte da Comissão de Ética e Boa Governança da entidade.

Dossiê

O dossiê informa uma previsão orçamentária de U$S 667.537.632,00 (R$ 3.787.241.378) para a realização dos Jogos, “com a maior parte dos recursos obtidos via iniciativa privada”, segundo informou a prefeitura de Niterói.

O documento enviado à Panam Sports contém cartas-compromissos assinadas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; pelo governador do Rio, Cláudio Castro; pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes; pelo prefeito de Niterói, Rodrigo Neves; e pelo presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Marco Antônio La Porta.

A candidatura conjunta indica que a iniciativa tem como objetivos “unir as Américas por meio do esporte e promover o desenvolvimento esportivo em todo o continente”.

Segundo a prefeitura de Niterói, para cumprir o propósito de trocar conhecimentos e ampliar a base de profissionais esportivos será feito um investimento em intercâmbios e formação técnica de pessoas entre os países do continente. Para isso, serão criadas parcerias que envolverão o Comitê Rio-2031, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e as Confederações esportivas brasileiras, além dos demais comitês nacionais das Américas.

De acordo com o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, além do legado esportivo, o evento “trará melhorias para a infraestrutura de ambas as cidades”.

― Teremos um legado de infraestrutura urbana, esporte e mobilidade que vai ultrapassar as cidades-sede e se estender para toda a Região Metropolitana. Teremos o Time Rio-Niterói, um programa de apoio aos atletas que tem o apoio do Comitê Olímpico Brasileiro e engloba todo o Estado do Rio. Além disso, vamos fazer cinco Ginásios Educacionais Olímpicos em Niterói ― informou Neves.

Os Jogos

O PAN 2031 tem seu calendário inicial de Esportes formado por 38 modalidades distribuídas por 57 disciplinas.

Pela proposta apresentada à Panam Sports, a Cerimônia de Abertura dos Jogos está marcada para 8 de agosto e a de Encerramento em 24 de agosto. Já os Jogos Parapan-Americanos começarão no dia 7 de setembro, com término em 16 de setembro.

No dossiê da candidatura conjunta, os esportes foram distribuídos por cinco zonas: Barra, Copacabana, Deodoro, Porto Maravilha e Niterói.

• Deodoro- Parque Radical, Parque Olímpico de Deodoro e Centro Olímpico Equestre;
• Barra da Tijuca- Riocentro, Parque Olímpico da Barra da Tijuca, Campo Olímpico de Golfe e Boliche Social Club;
• Porto Maravilha- Estádio Olímpico Nilton Santos e Maracanã;
• Copacabana- Aterro do Flamengo, Escola de Educação Física do Exército, Praia de Copacabana, Forte de Copacabana e Estádio de Remo da Lagoa;
• Niterói – Centro Esportivo de Treinamento do Barreto, Caminho Niemayer, Concha Acústica, Ginásio do Caio Martins, Praia de Icaraí, Praia de São Francisco, Praia de Charitas, Praia de Itacoatiara e Praia de Gragoatá.

A prefeitura de Niterói explicou que a divisão dos esportes entre as cidades levou em consideração dois fatores fundamentais: as respectivas “vocações” das cidades e a já existência de instalações olímpicas na capital fluminense Todas as provas vão ocorrer a, no máximo, 40 minutos de distância da Vila Pan-Americana, a ser situada na Zona Portuária.

Exceção para o futebol que, além do Maracanã, terá por sedes: Belo Horizonte (Estádio Mineirão), Brasília (Estádio Mané Garrincha), Salvador (Arena Fonte Nova) e São Paulo (Arena Itaquera).

Vila

A vila dos atletas será formada por sete torres residenciais, com 2.083 apartamentos de dois e três quartos para atender a 7.500 atletas e 2.800 oficiais.

A zona portuária do Rio é uma área em revitalização onde, atualmente, estão sendo erguidos vários prédios residenciais.

– O esporte faz parte da nossa vida e é fundamental para formar cidadãos. Sediar um evento como os Jogos Pan-Americanos traz investimentos e deixa um legado que oferece não só estrutura para quem já é atleta, mas estimula as gerações futuras  – disse a vice-prefeita de Niterói, Isabel Swan, ex-atleta de alto rendimento, tendo sido a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica na vela (bronze em Pequim 2008).