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Museu Antônio Parreiras: em obras, para reabrir depois de dez anos fechado

Por Redação
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Museu do pintor no Ingá tem acervo de mais de 3.842 itens de valor histórico e cultural.
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O Museu Antônio Parreiras, patrimônio arquitetônico e paisagístico, tombado pelo IPHAN.

O museu Antônio Parreiras, no Ingá, está em obras, depois de dez anos fechado para visitação. A reabertura planejada pela FUNARJ será em etapas, no ano que vem: primeiro, serão entregues o  casarão, onde morou o pintor, e os jardins; depois, o atelier. Quem garante é a nova diretora do Museu, a museóloga Fátima Marota, de volta ao local em que começou a carreira, em 1988, e onde trabalhou por 15 anos, seis como diretora. Também passou pelo museu do Ingá. Tem a vantagem de conhecer a estrutura da casa, o acervo e o ambiente da instituição.

O MAP, como é conhecido, tem um dos mais importantes acervos da pintura brasileira. São 3.842 itens catalogados, de grandes artistas brasileiros e estrangeiros, do século XVI até os dias de hoje, como Anton Van Dick, François Clouet, Pieter Brueghel, Vitor Meireles, Eliseu Visconti, Georg Grimm, além do acervo do próprio Antonio Parreiras.  O acervo também abriga obras de artistas contemporâneos como Pietrina Cecacci e Burle Marx entre outros.

(O MAP foi o primeiro museu brasileiro dedicado a um único artista. Antônio Parreiras nasceu em Niterói, em 20 de janeiro de 1860. Formou-se na Academia Imperial de Belas Artes. Morou em Veneza e em Paris. Sua casa no Ingá foi construída pelo Arquiteto Ramos de Azevedo em 1894 e foi tomaba pelo IPHAN como patrimônio arquitetônico e cultural.)

O A Seguir conversou com a diretora Fátima Marota, que fala, com entusiasmo, dos planos para exposições permanentes e uma intensa agenda de programas educativos e exposições temporárias.

A Seguir Niterói: A senhora assume a direção do Museu depois de dez anos de fechamento.  Como está o planejamento para a reabertura do Museu? Qual o prazo de entrega?

– As obras foram retomadas em 25 de julho. O prazo é de oito meses a um ano para a primeira entrega. A reabertura do museu se dará parcialmente no prédio da residência e nos jardins históricos, enquanto as obras continuarão nos prédios do Atelier, da Vila Olga e jardins do entorno.

Qual é o plano para o museu?

– O momento é oportuno para uma grande intervenção na valorização e reconhecimento da obra e do museu do grande pintor Antonio Parreiras, que completa 80 anos. O projeto de recuperação e modernização dos prédios históricos  tem como preocupação a acessibilidade vinculada à segurança do acervo e se propõe aprimorar e preservar as condições físicas das três edificações que compõem o complexo do museu denominadas: Residência, Atelier e Vila Olga, além do jardim histórico, visando também a modernização das instalações do MAP.

O que a população vai encontrar no MAP?

– O MAP pretende se tornar um museu alinhado à contemporaneidade enquanto referência nacional na preservação e divulgação de seu acervo, na inovação em exibição da arte, configurando-se em um espaço cultural atrativo para diversos públicos seguindo as normas de segurança e acessibilidade.

Quais são os destaques do acervo? Da obra de Antônio Parreiras e da coleção das bienais?

– Além das obras de autoria de Antonio Parreiras, há uma  grande diversidade de peças de outros artistas, que enriquece o acervo do museu, um acervo que tem diversas origens:  as obras de autoria do Antonio Parreiras;  obras que pertenciam ao próprio Antonio Parreiras e estavam na antiga residência quando da sua aquisição pelo governo estadual; as obras que receberam premiações nos Salões Fluminenses de Belas Artes, oficializados pelo Estado do Rio de janeiro em 1942; as que pertenceram à antiga coleção do Departamento de Difusão Cultural, incorporadas ao Museu em 1951 e as que receberam premiação nas Mostras de Artes Visuais realizadas no inicio de década de 1970.

O acervo de artes visuais do Museu é constituído de aproximadamente 3.842 itens catalogados, de grandes artistas brasileiros e estrangeiros, do século XVI até os dias de hoje, como Anton Van Dick, François Clouet, Pieter Brueghel, Vitor Meireles, Eliseu Visconti, Georg Grimm, além do acervo do próprio Antonio Parreiras.

O acervo também abriga obras de artistas contemporâneos como Manfredo Souzaneto, Edith Behring, Ana Maria Maiolino, Pietrina Cecacci, Burle Marx entre outros.

Qual é o plano para valorização, divulgação e exposição do acervo? Recentemente foi feita uma exposição no MAC, é possível se esperar outros eventos desse tipo, antes da inauguração do Museu?

Em princípio o Museu continuará participando das mostras coletivas organizadas pela FUNARJ no Museu do Ingá composta por acervos de todas as unidades geridas pela Fundação. Além disso continuamos participando através do empréstimo de obras, de exposições de grande destaque como por exemplo a reabertura do Museu Paulista; além da contínua disponibilização de conteúdos através das redes sociais.

Como a senhora imagina a reabertura do Museu?

A concepção das exposições e da programação derivada tem como objetivo a reabertura do MAP, após anos fechado ao público, com mostras que traduzam a linha divisora de águas na história da casa e do museu, apresentando sua renovação física e revitalização conceitual e programática. O programa de Requalificação Institucional, planejado para promover a reabertura do MAP é composto por três projetos integrados: Projeto de Restauração e Readequação dos seus Prédios e Jardins; Plano Museológico e Projeto Museográfico.

A partir daí, o museu pretende estimular parcerias institucionais, visando à participação, realização de exposições e curadorias que integrem obras do acervo; Promover palestras, seminários, cursos; Gerar produtos e publicações relacionadas à programação e a pesquisas realizadas sobre temáticas de interesse da instituição; E elaborar uma programação que vise resgatar o público anterior, captar novos públicos, principalmente o público jovem. Em suma, implementar uma produção, cultural que divulgue o acervo e a História do museu.

Como seria a primeira exibição?

A proposta expográfica prevê a realização de uma exposição de longa duração, exposições temporárias consecutivas, além de uma mostra institucional do projeto e das obras de restauração e readequação do MAP. Teremos ainda toda uma programação integrada com o projeto educativo, o programa de comunicação, ciclo de palestras, publicação de catálogos, além da criação da marca do MAP e de subprodutos culturais voltados à divulgação do museu e de seu protagonista. Antonio Parreiras é o protagonista.

As coleções do MAP

O acervo do Museu Antonio Parreiras está dividido nas seguintes coleções principais.

Coleção Antonio Parreiras:  composta por pinturas desenhos, objetos pessoais e de trabalho, manuscritos, fotografias, correspondências, livros e documentos que pertenceram ao pintor Antonio Parreiras.

Coleção Arte Brasileira – Séculos XIX e XX: composta por obras adquiridas pelo próprio pintor
Antonio Parreiras, doações de seus amigos e outras aquisições oriundas dos prêmios dos Salões
Fluminenses de Belas Artes, Mostra de Artes Visuais, doações do Serviço de Difusão Cultural do
Estado do Rio de Janeiro e doações de diversos artistas.

Coleção Arte Estrangeira: Seu núcleo inicial foram obras do próprio Antonio Parreiras e
posteriormente foi acrescida da Coleção Alberto Lamego que foi adquirida pelo Estado do Rio de
Janeiro em 1949 com obras de pintores das Escolas Flamenga, Holandesa e Italiana

 

 

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