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Em meio a um período sem chuvas e no dia em que termômetros de rua em Niterói registraram temperaturas de até 38 graus, um incêndio tomou conta do topo do Morro das Andorinhas, em Itaipu.
O quartel do Corpo de Bombeiros, no bairro, foi acionado às 18h, desta quarta-feira (11).
O fogo começou na trilha, tendo como referência a rua da Amizade.
– Estamos pedindo socorro. O fogo está chegando muito perto de várias casas de moradores daqui em Itaipu. Socorro – disse, muito nervosa, Rosane Bellas, sócia do Bar do Jorginho, em vídeo onde registrou imagens do incêndio.
Às 20h30, o plantão do Corpo de Bombeiros informou que por volta das 20h, o quartel do Corpo de Bombeiros de Charitas se juntou ao de Itaipu na tentativa de conter o incêndio no Morro das Andotinhas.
Dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) apontam que bombeiros atuaram em 7.417 focos de janeiro a agosto de 2023. Neste ano, no mesmo período, o número de incêndios quase dobrou, totalizando 13.595 ocorrências. Do início do ano, até o momento, os bombeiros registraram 6.178 ocorrências.
Niterói é um dos municípios que integram o ranking dos mais afetados por incêndios em florestas, seguido por Maricá, Nova Iguaçu, Araruama, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Volta Redonda.
No topo do ranking estão Rio de Janeiro (4.513 casos), São Gonçalo (569) e Duque de Caxias (561).
Desde o início de 2024, o monitoramento por satélite realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou 760 focos de queimadas no estado do Rio de Janeiro. É o maior número de ocorrências já registrado em um único ano desde 2017, quando houve 959 registros. Essa marca pode ainda ser superada, já que setembro e outubro são meses com uma grande média histórica de incêndios florestais, segundo o Corpo de Bombeiros.
Neste mês de setembro, o Inpe já identificou, até o momento, 55 incêndios florestais dentro do estado.
Os incêndios estão se propagando por conta do longo período de estiagem pelo qual o país está passando. Porém, apesar do clima seco deixar áreas de mata mais suscetíveis a queimadas, a origem delas muitas vezes é criminosa.
– Em 95% dos incêndios no Rio de Janeiro a causa é o ser humano, ou acidental ou proposital. É fundamental lembrar que o balão é um dos vilões – afirmou o porta-voz do Corpo de Bombeiros, major Fábio ao programa Bom dia Rio.
A falta de chuvas também fez a Cedae emitir um alerta para possível falta de água em Niterói. Isso porque a ausência de chuvas está causado redução na disponibilidade hídrica dos mananciais do sistema Imunana-Laranjal, em Guapimirim, utilizados para captação e tratamento de água que abastece o município.
Em algumas cidades do interior do estado do Rio de Janeiro, paisagens encobertas por fumaças estão impressionando moradores. Isso ocorreu, por exemplo, na região serrana, onde estão municípios como Petrópolis e Teresópolis. O último boletim do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), divulgado às 17h de segunda-feira (9), sugere uma melhora. “A tendência é de dispersão dos poluentes nas próximas 24 horas”, registra o documento.
Conforme o boletim, 28 das 57 estações espalhadas pelos municípios fluminenses registraram qualidade do ar boa. Em outras 26, a situação é moderada e em três, é ruim.
As piores condições foram registradas na estação Manguinhos, na capital do estado; na estação Casa da Lua, em Resende (RJ); e na estação Engenheiro Pedreira, em Japeri (RJ). Nesses locais, a qualidade do ar foi classificada como ruim. Nessa situação, toda a população está sujeita a apresentar um conjunto de sintomas como tosse seca, cansaço e ardor nos olhos, nariz e garganta. Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias ou cardiológicas podem ser mais afetadas.
Em cenários de clima seco e de incidência de fumaça na atmosfera, as recomendações do Ministério da Saúde são para o aumento da ingestão de água e líquidos, para um maior tempo de permanência em casa, se possível, com ar-condicionado ou purificadores de ar e para a suspensão das atividades físicas ao ar livre sobretudo entre 12h e 16h, quando as concentrações de ozônio são mais intensas.
O uso de máscaras do tipo cirúrgica, pano, lenços ou bandanas para diminuir a exposição às partículas grossas também é indicado, especialmente para populações que residem próximas às áreas de focos de queimadas.
Com Agência Brasil
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