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Morre o médico Gilson Cantarino, ‘pai’ do Programa Médico de Família

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Ele foi secretário e participou de importantes transformações na saúde pública na cidade e no país
Gilson Cantarino. Foto- Elza Fiuza:Agência Brasil
Gilson Cantarino. Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil

Morreu, na manhã desta sexta-feira, aos 71 anos, o médico sanitarista Gilson Cantarino. Natural de Niterói, Cantarino se formou médico pela Universidade Federal Fluminense, em 1975. Anos mais tarde, ele teria atuação importante no modelo de saúde pública da cidade pós-redemocratização. Cantarino foi resposável pela municipalização do Getulinho, do Carlos Tortelly e do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba. O maior legado dele, no entanto, é a implantação do programa Médico de Família, uma adptação muito bem sucedida do modelo cubano, que se tornou referência nacional em atenção básica à saúde.

Sua vida foi marcada pela atuação pública e era muito respeitado pela classe médica e outros tantos que o admiravam pelo seu trabalho em prol da saúde pública de qualidade. Pós-graduado em Psiquiatria Geral e em Psiquiatria Infantil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), prestou concurso para o Ministério da Saúde e para a Fundação Municipal de Saúde de Niterói, onde assumiu, em 1984, a Secretaria Executiva do Projeto Niterói, sendo pioneiro nas Ações Integradas de Saúde e responsável pela formulação de um novo modelo de assistência à saúde da população da cidade.

Reconduzido ao cargo em 1986, foi convidado para assumir a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói, em 1989, onde permaneceu por dez anos, sendo pioneiro na implantação no Brasil do Médico de Família. Em 1999, assumiu o cargo de Secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro onde permaneceu até abril de 2002, assumindo em seguida a função de Assessor Técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS).

Também presidiu os Conselhos Estadual e Municipal de Secretários Municipais de Saúde por duas vezes, entre 1991 e 1998. Era Conselheiro do Conselho Nacional de Saúde desde 1994 até a presente data. Recebeu também diversas Comendas, destacando-se a do Mérito Médico da República Federativa do Brasil, a mais alta condecoração da saúde no País. Era, também, Acadêmico Honorário da Academia Fluminense de Medicina, tendo diversos de seus artigos e trabalhos publicados em literatura especializada.

Em 2006 ganhou a Medalha Tiradentes por sua atuação na Secretaria de Saúde do Estado, e na ocasião foi muito elogiado pela sua atuação na implantação do Médico de Família em Niterói. Entre a lista de admiradores do médico sanitarista estavam Leonel Brizola (1922-2004), o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira, e a médica e fundadora da Pastoral da Criança Zilda Arns (1934-2010).

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