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Morre o ator Paulo Gustavo, por complicações causadas pela Covid-19

Por Por Gabriel Gontijo

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Nascido e criado em Niterói, ator estava internado desde 13 de março e deixa uma legião de fãs muito triste
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Paulo Gustavo com a mãe, Déa Lúcia, a inspiração para “Minha Mãe é Uma Peça” Foto: Site oficial

O ator, humorista, roteirista, diretor e apresentador Paulo Gustavo morreu na tarde desta terça-feira (4) após complicações decorrentes da Covid-19. Ele estava internado desde 13 de março no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. O artista tinha 42 anos e deixa o marido, o dermatologista Thales Bretas, e os filhos gêmeos Gael e Romeu.

A situação do artista piorou desde 1ª de abril, quando precisou ter a ajuda do ECMO (sigla em inglês para Membrana de Oxigenação Extra Corpórea), popularmente chamado de pulmão artificial. Além disso, chegou a precisar se submeter por mais de uma vez a uma pleuroscopia, devido a dificuldades respiratórias, e também teve que passar por transfusão de sangue.

Expulsão do colégio por excesso de piadas

Nascido em Niterói em 30 de outubro de 1978, Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros foi criado desde a infância em Icaraí. De uma família de classe média, estudou no Colégio Salesiano, em Santa Rosa. Mas já chamava a atenção desde a adolescência por tumultuar as aulas com encenações e piadas. Tanta brincadeira custou caro ao então menino, que foi expulso da escola.

Na tentativa de discipliná-lo, a mãe, a professora aposentada Déa Lúcia Amaral, o matriculou numa escola pública e mandou ele trabalhar em uma loja de roupas na Rua Moreira César, em Icaraí. Ele saía da escola e pegava o 30 para ir ao trabalho. Mas nem o emprego e nem a nova escola deram jeito nele, que só começou a se “enquadrar” quando passou a estudar teatro.

Consagração no teatro abriu portas na televisão

Matriculado na Casa de Artes Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, conheceu o então iniciante Fábio Porchat e juntos criaram a peça “Infraturas”. Apesar do fracasso de público, Paulo decidiu seguir adiante e foi integrante do espetáculo “Surto”, sucesso de crítica e público. A obra tornou-se conhecida por revelar alguns nomes para o programa Zorra Total, da TV Globo. Entre eles estava a também niteroiense Samantha Schmütz.

Mas a consagração veio com “Minha mãe é uma peça”, que entrou em cartaz em 2006. A peça se tornou tão bem sucedida que virou um filme em 2013. A partir disso, ele fez outro projeto bem aceito pelo público, a série “Vai que cola” no Multishow, que se tornou um filme em 2015. Além disso, em 2016 e 2019, “Minha mãe é uma peça” ganhou mais duas continuações.

Por causa do trabalho, Paulo Gustavo morava no Leblon, na Zona Sul do Rio, desde 2013, mas sempre declarou seu amor por Niterói. Tanto que o terceiro filme de “Minha mãe é uma peça” teve parte das filmagens na cidade, em Boa Viagem. E o reconhecimento apareceu com a conquista, em 2017, do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de melhor roteiro adaptado pelo segundo longa que conta a história de Dona Hermínia.

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