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Calçada desnivelada, buracos, grades enferrujadas e quiosques abandonados. Esse é o cenário de quem passa pelo calçadão da Praia de Icaraí, bairro-símbolo da cidade. Enquanto Niterói se prepara para a revitalização da Orla de Charitas, com quadras esportivas, mirante e a construção de um pier, alguns locais da cidade carecem de uma manutenção regular. A sensação de abandono se reflete nos acidentes provocados por calçadas irregulares. “Uma vez eu estava treinando para uma corrida na descida da Fróes e meu pé virou um pouco, por conta de um desnível. No dia seguinte, eu não conseguia pisar direito no chão. Fui ao médico e ele disse que eu estava com tendinite”, relatou o estudante Pedro Silva, de 25 anos.
Pedro conta que o episódio foi em 2017 e, desde então, o calçadão da Praia de Icaraí segue sem reparos. Ele diz que uma vez, quando saiu para caminhar com os cachorros, torceu o pé. “É muito buraco e, quando você não está prestando atenção, pode virar o pé. É bem perigoso”, afirmou.
Piso desnivelado
Não é de hoje que os desníveis da calçada provocam quedas que podem vir até a causar lesões nas pessoas que por ali transitam. A falta de regularidade de obras de preservação cria oportunidades para acidentes e o desleixo de obras é relatado por moradores da cidade.
Márcia Brito, de 64 anos, costuma fazer caminhadas semanais na Praia de Icaraí. Ela conta que, por conta do desnível da calçada, já tropeçou e caiu duas vezes. Como forma de prevenção, costuma ter atenção redobrada por onde anda, mas ainda assim, às vezes não é suficiente.
– Por sorte, não fraturei nada, mas é nítido o abandono do calçadão da Praia de Icaraí. Essas ondulações próximas à Rua Lopes de Trovão são muito perigosas. Meu neto uma vez quase deu de cara no chão. Temos que andar em constante alerta. Ir ao hospital, nesse momento de pandemia, é arriscado. Já vi muitos jovens se acidentando porque ficam mexendo no celular. Um já torceu o pé. Sem contar que, quando chove, a calçada fica cheia de poça. Temos que ficar desviando – relatou.
O barista da cafeteria “Não Me Torra”, localizada na orla de Icaraí, em frente ao calçadão da praia, na altura da reitoria da UFF, conta que costuma observar quedas na calçada da cafeteria. Ele diz que já ouviu também alguns relatos de consumidores que frequentam o local.
– Já vi algumas vezes senhoras tropeçando nos buracos e já presenciei algumas quedas mais graves também. A gente não vê manutenção das calçadas por aqui, então é comum ter acidentes – explica.
Há quem diga que houve melhora em termos de buraco, mas os desníveis, provocados pela ondulação das calçadas ainda perduram. Morador de Icaraí, Marcos Guimarães, 59 anos, diz que a calçada da Praia de Icaraí apresentou uma melhora, mas ainda assim, as chances de se acidentar são grandes. “Acho que melhorou, em termos de buracos, mas ainda tem alguns desníveis. Acho que podiam fazer, inclusive, uma ciclovia exclusiva para quem está de bike, porque essa que tem aqui é muito reduzida e muitos pedestres transitam por ela. Ninguém respeita”, comentou.
Quiosques abandonados
O abandono da Praia de Icaraí não se restringe apenas à falta de manutenção das calçadas. Quem pratica atividade física com regularidade nota o completo abandono de alguns quiosques da praia que, na parte inferior, acabam virando grandes depósitos de sujeira acumulada, como é o caso de um quiosque próximo à Rua Pereira da Silva. Além disso, alguns têm piso desregulado e grades enferrujadas. Como o funcionamento dos quiosques se tornou mais restrito durante a pandemia e o seu funcionamento não é diário, é notável ver o acúmulo de lixo e a falta de reparos nos quiosques, de modo geral.
Grade enferrujada
Outra queixa dos moradores que frequentam a Praia de Icaraí com uma certa frequência diz respeito às grades enferrujadas, próximas à altura do bairro do Ingá. As grades, devido ao seu estado de deterioração podem potencializar possíveis acidentes, com o desgaste provocado pela ferrugem.
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