Moradores do Tenente Jardim esperam há um ano área de lazer prometida pela Prefeitura de Niterói

Era 27 de novembro de 2021 quando o prefeito Axel Grael (PDT) assinou a ordem de início para a construção de uma área de lazer no Campo da Gruta, na Rua Oliveira Lima, no bairro Tenente Jardim, localizado na Zona Norte de Niterói. A previsão de entrega, segundo o próprio Município, era para fevereiro de 2022.

A reportagem do A Seguir: Niterói visitou o local nesta quinta-feira (23) e conversou com moradores sobre o atraso. O que se viu, mesmo um ano após o prazo inicial estipulado, foi um cenário de abandono, com muita terra escondendo o que antes era um campo de futebol.

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A comerciante Ilma Oliveira, que possui um estabelecimento bem ao lado do espaço, ressaltou que a intervenção tem atrapalhado as vendas. Ainda segundo ela, antes da Prefeitura cercar o lugar com o argumento de reformá-lo, funcionava um projeto social chamado “Sorriso e Brincando”, que dava aulas de percussão para mais de 40 jovens e crianças, o que também movimentava toda a região. Esse projeto, hoje, não existe mais.

– Às vezes, a sensação que dá é que essa obra não vai acabar nunca. Quando foi anunciado, todos ficamos felizes, porque o campo realmente estava em uma situação bem precária. Mas hoje eu preferia do jeito que estava porque, apesar de ruim, era utilizável. Todo dia dezenas de crianças vinham jogar futebol, mas agora está tudo deserto – afirmou.

O projeto

O projeto inicial, também conforme o anúncio da Prefeitura, incluía a instalação de grama sintética e a construção de pista de caminhada e corrida, além de vestiários para meninos e meninas e uma área de convivência.

O valor inicial para a reforma era de R$ 896 mil, segundo consta no Diário Oficial do Município. A empresa vencedora da licitação, Work Service e Construção LTDA., já recebeu uma parte dessa quantia, mas não concluiu nem 50% do serviço.

– As crianças têm que brincar no lixo, tudo que tem de ruim está aqui [local da obra] – ressaltou um morador em um vídeo que circula na internet. De acordo com ele, a terra usada para aterrar o local foi retirada de um lixão.

Procurada pela reportagem, a Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa), vinculada à Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, informou, por meio de nota, “que as obras estão temporariamente paralisadas em função das constantes chuvas, que têm dificultado o trabalho na localidade”.  Acrescentou também que as reformas “serão retomadas após o carnaval”.

No entanto, após novo questionamento do A Seguir, não se manifestou a respeito dos 12 meses de atraso em relação ao prazo inicial.