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O aumento de casos de Covid-19 em Niterói. Mais dois médicos relatam o avanço da doença, que tem levado inclusive pacientes mais jovens para os hospitais. Eles defendem veementemente a vacina como a arma capaz de conter o avanço da pandemia. Os dois trabalham em grandes hospitais da rede privada de Niterói. Um deles foi voluntário em Niterói dos testes da fase 3 da CoronaVac, a vacina produzida pelo Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.
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O anestesista Leonardo Sepulvida, de 47 anos, também acredita que o único caminho possível para a retomada da normalidade é através da vacinação em massa.
– A esperança é que ainda neste mês de janeiro já estejamos vacinando o primeiro grupo na ordem de prioridades da vacina em Niterói. O meu pensamento é de que a única chance de vencer esta pandemia é com a vacinação em massa. Então, quanto antes começarmos a vacinação, mais cedo voltaremos à nossa vida normal – diz o especialista.
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O médico trabalha atualmente no Hospital Icaraí, na Maternidade de São Francisco e no CHN.
Jovens abandonaram o isolamento, diz especialista
Como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não liberou o uso emergencial da vacina CoronaVac, o médico acredita que a vacinação no Brasil se tornou um verdadeiro cabo de guerra entre o governo federal e o governo de São Paulo, onde fica o Instituto Butantan, responsável pela produção da CoronaVac. A distribuição dos lotes de vacina contra a Covid, porém, será realizada em âmbito nacional, através do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. A previsão é que o plano se inicie a partir do fim deste mês.
Leonardo diz acreditar que as elevadas taxas de internações por Covid-19 em Niterói devem-se muito ao descaso dos jovens que, em algum momento, abandonaram o isolamento social e acabaram contribuindo para o aumento de casos de pessoas contaminadas pela doença.
– Os cuidados seguem os mesmos: evitar aglomerações, procurar se proteger com o uso contínuo de máscaras e a higienização frequente das mãos – sublinha o anestesista.
“Acho triste a politização de uma pandemia que matou mais de 200 mil brasileiros”
Outro médico que compõe a extensa lista de voluntário para testes da vacina CoronaVac em Niterói é Ricardo Assunção, de 45 anos. O médico também atua na rede privada de hospitais da cidade, incluindo os três maiores, CHN, Hospital Icaraí e Niterói D’or. Ele diz que ainda é monitorado a distância pelos médicos responsáveis pelo grupo de estudo do teste da vacina, através do WhatsApp, e que em todas as visitas são colhidos vários exames laboratoriais para acompanhamento. Ricardo relata que não teve nenhuma reação após a aplicação da solução.
No fim de novembro, o médico foi diagnosticado com Covid, mas não apresentou sintomas graves da doença. Ele reitera que o aumento de casos é muito grave e conta que várias cirurgias nos hospitais em que trabalha tiveram que ser suspensas, além do aumento expressivo de número de óbitos.
Já em casos mais leves da doença, o médico diz que os pacientes relatam sintomas como mal estar, cansaço, febre, dor de cabeça e perda de olfato e paladar. No entanto, há um nítido agravamento e piora de quadro em pacientes com comorbidades.
– A população deve continuar alerta e tomando todas as medidas de higiene necessárias e o distanciamento social quando possível. Acho triste a politização de uma pandemia que matou mais de 200 mil brasileiros. Só a vacina para frear a Covid. Vejo que Niterói tem se esforçado para estar na vanguarda nessa pandemia, mas vai esperar a liberação do Ministério da Saúde, que possui exclusividade da CoronaVac – conclui.
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