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Para celebrar os 25 anos do Museu de Arte Contemporânea (MAC), o A Seguir: Niterói fez uma série de reportagens sobre o museu. Além do bate papo com o professor de Arquitetura e Urbanismo da UFF e Vice-presidente da Fundação Oscar Niemeyer, José Pessôa, e uma lista com as principais curiosidades sobre o museu e algumas histórias escondidas, nesta reportagem, você confere a conversa com o atual diretor do MAC, Victor de Wolf, e a programação especial dedicada aos 25 anos de história.
A programação especial do MAC, em comemoração ao seu aniversário, inclui uma grande ocupação das artes visuais em todos os espaços do museu. A entrada será gratuita durante todo o mês e, de quebra, os visitantes ainda podem ganhar um dos livros da coleção do MAC. No total, serão cinco exposições distribuídas pelo salão interno, rampa, pátio, visão externa pela praia da Boa Viagem e também pela internet. A proposta é a quebra das suas próprias barreiras físicas: um museu que se espalha pela cidade, pelas redes, ganhando forma também no ambiente virtual.
A abertura das atividades para o público será no dia 8 de setembro, mas no dia 7 será realizada uma solenidade pelos 25 anos do MAC. O evento será fechado para convidados para evitar aglomeração. Na ocasião, será lançado o primeiro Plano Museológico do MAC Niterói, que consolida um planejamento de cinco anos para as ações do equipamento cultural. Além disso, haverá a reformulação do Conselho Deliberativo, decretado quando o museu foi inaugurado e atualmente desativado.
O diretor do MAC, Victor de Wolf explica que as atividades dos 25 anos darão início ao projeto de atrair mais visitantes para o interior do museu, que hoje tem três vezes mais visitantes em sua área externa. Um dos projetos de Wolf é estimular a exploração dos recursos da galeria do MAC em seu ambiente interno.
Após a melhora expressiva da pandemia, um dos projetos de Wolf é colocar na agenda cultural do museu mais exposições e atividades voltadas para essa finalidade. A ideia é que o MAC se aproxime cada vez mais de um espaço de debate sobre a arte digital, o universo dos games e a tecnologia. Outro projeto é incluir no rol de atrações mais atividades artísticas, como teatro, dança e música, promovendo um maior intercâmbio entre as diversas manifestações artísticas.
O MAC chega aos seus 25 anos com mais de 2,8 milhões de visitas já realizadas. Por lá, circularam nomes ilustres da cena cultural e política como David Bowie, Juliette Binoche, o ex presidente de Cuba Fidel Castro. O relato de suas impressões podem ser encontradas no livro de ouro.
Confira abaixo a conversa com o diretor do MAC e a programação do museu:
A Seguir: Niterói: Quais serão as principais atividades/exposições do MAC em celebração aos seus 25 anos?
Victor de Wolf: O Museu chega aos seus 25 anos com muita vontade de celebrar a arte, de expor sua coleção, de planejar seu futuro para atingir mais 25 anos. Iremos inaugurar para o público, no dia 08 de setembro, uma vasta programação de artes visuais ocupando todos os espaços do museu: interior, praça e rampa! E também vamos investir no ambiente virtual! Mostrar que esse museu é de Niterói para o mundo, símbolo da nossa cidade, nosso orgulho e também orgulho da arte contemporânea brasileira. Junto das exposições apresentaremos nosso Plano Museológico, dando transparência à sociedade de como o MAC se posicionará nos próximos cinco anos.
Em nossa conversa no início deste ano, você comentou que o MAC tem uma circulação de três vezes mais pessoas comparado à área interna. Essa percepção mudou?
As atividades dos 25 anos será o início do processo de modificação desse panorama…. Durante todo mês de setembro, a entrada do museu será gratuita para todos os visitantes, estimulando a visita interna. Assim que a pandemia passar, também teremos ações pensadas para essa finalidade.
Você também comentou que um dos projetos do MAC para esse ano é a inclusão de outras atividades artísticas como o teatro, a dança e a música, explorando o ambiente externo do museu. Como está a programação dessas atividades para o segundo semestre?
Daremos início a esse rol de atividades no aniversário do museu: a Cia de Ballet se apresentará no MAC nos dias 11 e 12. Em outubro também teremos o primeiro espetáculo teatral dentro do museu. Aos poucos iremos ampliando para essas atividades, embora a pandemia ainda nos impeça de desenvolver plenamente essa proposta.
O MAC é um símbolo de Niterói, um monumento reconhecido mundialmente. Como você enxerga a importância do MAC e sua consolidação em termos culturais e arquitetônicos?
O MAC tem uma importância simbólica para a cidade de Niterói e também para o mundo da arte contemporânea. Nesses 25 anos, recebemos mais de 2,8 milhões de pessoas no museu. Nomes como David Bowie, Juliette Binoche, o ex presidente de Cuba Fidel Castro estiveram no museu e deixaram seu relato no livro de ouro. Ao todo realizamos mais de 185 exposições ao longo desses anos, reunindo mais de 9 mil obras expostas. Isso demonstra, um pouco, a importância do MAC. Com a consolidação dos 25 anos, a apresentação do plano museológico e a retomada do conselho deliberativo, o MAC está preparado para seguir com sua função pública e cultural.
Também foi discutida a possibilidade do MAC realizar exposições sobre arte digital, o mundo dos games e da tecnologia. Quais exposições sobre o tema estão previstas na programação?
Ainda no primeiro semestre tivemos a exposição Im.Fusion, com a proposta de arte tecnológica. No aniversário também previmos uma instalação em realidade virtual, mas devido à pandemia adiamos a proposta por motivos de segurança para o público. Faremos, no aniversário, uma exposição virtual que poderá ser acessada de casa e que estará dentro desse contexto. Com isso, iniciamos esse processo que será mais desenvolvido no próximo ano.
Sobre o Plano Museológico, quais você acredita que foram as principais contribuições?
Todas foram extremamente importantes e estão compiladas no documento que será publicado em setembro. É um planejamento para os próximos 5 anos e prevê ações no campo da educação museal, da democratização do acesso, da discussão acerca do acervo, recolocando o MAC como uma instituição pioneira e atenta às questões da atualidade.
Confira a agenda de exposições abaixo:
O conjunto das exposições do salão principal, varanda e mezanino forma o 90|25. No salão principal estarão expostas obras de Oscar Metsavaht relacionadas aos 90 anos do Cristo Redentor. A exposição se chama “ícones e arquétipos” (om.art/arterio); Na varanda, o diálogo entre obras da coleção Sattamini do MAC e obras de Oscar Metsavath, intitulada “a simbologia da paisagem”; No mezanino, a mostra recebeu o nome de “A materialização do invisível”, com obras da coleção Sattamini (ambas com patrocínio da Neltur e realização MAC e Campus Avançado). A curadoria é de Marcus Lontra.
Inédita no Brasil, a exposição “Web Derive 01”, do projeto “Transeuntis Mundi”, da artista transmídia, pesquisadora e musicista brasileira, Cândida Borges, e do artista colombiano e escritor, Gabriel Mario Vélez, fará parte das comemorações dos 25 anos do MAC. A obra, que já esteve em sete países, poderá ser visitada em Niterói, primeira cidade brasileira a recebê-la, em duas versões: presencial, entre os dias 7 e 12 de setembro, e online, pelo site do MAC, até 30 de setembro. A exposição virtual mostrará, por meio de imagens e sons, as interações culturais, fruto da migração mundial.
O MAC apresenta “Samba Exaltação”, segunda exposição individual do artista Felippe Moraes na instituição. A partir do dia 8 de setembro, o público poderá conferir um panorama dos trabalhos em néon produzidos desde 2019, todos inéditos no Rio de Janeiro. Com citações de compositores como Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Nelson Sargento, eles tecem comentários filosóficos sobre o carnaval ausente, a pandemia e o atual contexto histórico e social do Brasil. A mostra terá conteúdo presencial e online, que pode ser acessado por QR codes espalhados pelo espaço e texto assinado pelo curador e pesquisador Alexandre Sá.
O monumento aos 25 anos do MAC Niterói é uma obra criada para ser vista por todos os lados. Mais que uma alusão à idade do museu, ele é uma ode à arte. Um confronto de formas, que, através do Círculo Único, movimento criado pelo artista Allegretti, se harmoniza nos olhos, mente e espírito de quem a vê.
Uma instituição é feita da sua história e a do MAC Niterói começa antes mesmo da sua construção, na década de 1990. Neste espaço, será contado um pouco desse passado, em um pequeno recorte da trajetória. Através de imagens da construção, documentos, publicações, entre outros, é traçado um panorama das origens deste museu tão icônico e importante para Niterói.
Percurso
Ao chegar na Praça do Museu (pátio), o visitante será recebido por um grande monumento, erguido em homenagem aos 25 anos, em diálogo com a arquitetura de Niemeyer. Já nas galerias estarão os monumentos que pairam sobre os céus da Guanabara: de um lado o MAC e do outro o Cristo Redentor, que integram a exposição de Oskar Metsavaht, artista visual que é fundador e diretor de arte da Osklen.
No último andar, serão inauguradas algumas das principais obras da Coleção João Sattamini, garantindo sua função pública e cultural. Uma coleção, segundo o próprio Sattamini, que só tem sentido se exposta ao público.
Ao terminar a visita, o público será brindado com a origem do MAC, sua história e sua construção. Serão diversos documentos, publicações e imagens que retratam um pouco desse período do museu, incluindo a primeira exibição pública do livro de ouro do MAC, que guarda depoimentos e assinaturas de grandes personalidades que visitaram o museu em seus 25 anos, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Fidel Castro, David Bowie, José Saramago, Juliete Binoche e muitos outros.
Outras atividades
Durante o mês de setembro haverá, ainda, outras manifestações artísticas na programação, como a Cia de Ballet (nos dias 11 e 12), levando a dança contemporânea da cidade para o interior do museu, em uma apresentação inédita criada exclusivamente para os 25 anos do MAC.
No dia 23, será realizado o Seminário de Arte e Cultura LGBTQI, a atividade de arte e cultura urbana “Basta ter princípios”, com transmissão nas redes virtuais. Assim, será iniciado o processo de expansão do museu para além do Mirante da Boa Viagem e das artes visuais.
Também será inaugurado um programa de mediação geopoética guiada, reconhecendo a integração do museu com o meio ambiente, a paisagem e os povos originários, despertando sensibilidades e afetos através da arte e da memória.
Inauguração de exposições para o público – 08 de setembro
Área interna
90|25 – Ícones e Arquétipos – Salão Principal – com curadoria de Marcus de Lontra Costa
90|25 – A simbologia da paisagem – Varanda – com curadoria de Marcus de Lontra Costa
90|25 – A materialização do invisível – Mezanino – com curadoria de Marcus de Lontra Costa
Transeuntis Mundi – Mezanino e virtual – Um projeto de Cândida Borges
MAC Origens – Recepção – Coleção de imagens da construção do MAC
Área externa
Samba Exaltação – Praça – Texto Curatorial de Alexandre Sá
Monumento Comemorativo dos 25 anos do MAC Niterói – Praça – Curadoria de Priscilla Allegretti
Atividades Culturais
11 e 12 de setembro – Cia de Ballet da Cidade de Niterói
IMpReSsõeS é inspirada na estética da arquitetura modernista, época que se deu a ascensão arquitetônica brasileira. Oscar Niemeyer, uma das principais referências desse movimento, valoriza a beleza, as formas simples, a natureza e as pessoas, e é nessa premissa que nos inspiramos para fortalecer a ideia que os espaços só criam vida quando são habitados por gente. A apresentação acontecerá de forma itinerante. O espaço ambientado por uma trilha sonora será preenchido por esses corpos dançantes, criando formas, desenhos coreográficos e com os olhos marcados por uma pintura para exaltar a presença humana.
20 de setembro – Basta Ter Princípios: Projeto MAC Audiovisual
Um coletivo de arte urbana que promove, principalmente, batalhas de rodas de rima, que tiveram que ser adaptadas para o mundo digital por conta da pandemia. O evento, que inclui percussão, grafite, DJs, bgirls, bboys e batalhas de rima, será gravado no pátio do MAC, no dia 20 de setembro e, posteriormente, disponibilizado online. Durante a gravação o pátio do museu será fechado para evitar aglomerações.
23 de setembro – Seminário de Arte e Cultura LGBTI
Neste dia, serão realizadas rodas de conversa entre público e convidados sobre temas relacionados à arte e cultura LGBTI, incluindo a crise gerada pela pandemia, possíveis soluções e, também, sobre a parada LGBTI, que não aconteceu ano passado e nem este ano. A forma de participação será divulgada, em breve, nas redes sociais do museu.
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