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“Companheiros e companheiras”, começou o ex-presidente Lula no ato Florescer da Esperança no fim da tarde deste sábado (26), na celebração dos 100 anos do PCdoB, em Niterói. Os presentes aplaudiram por alguns minutos. O atraso de quase duas horas não pareceu abalar os ânimos de quem estava ali.
O clima era de expectativa e emoção. O ato que deveria começar às 15h teve quase duas horas de atraso, e antes do ex-presidente Lula, diversas lideranças políticas tiveram sua vez ao microfone, inclusive o ex-Prefeito de Niterói e candidato a Governo do Estado Rodrigo Neves (PDT), que representava o Prefeito Axel Grael.
Ao entardecer, às margens da Baía de Guanabara, tendo ao fundo o Morro do Corcovado e o Cristo Redentor, muitos dos convidados para a visita de Lula a Niterói, não se contiveram com a beleza da cena e tiraram fotos pelo celular.
O tão esperado discurso de Lula no aniversário do PCdoB só começou às 18h33. Ao lado de Luciana Santos, presidenta do partido, que agora forma uma federação do PT, Lula atacou duramente o presidente Jair Bolsonaro, a quem se referiu como fascista e miliciano. Ele criticou a política de preços da Petrobras e as consequências no preço dos combustíveis e dos alimentos, e cutucou o rival:
– Em 2008, no auge da crise, o barril do petróleo estava custando 148 dólares. E o litro da gasolina aqui era R$ 2,60. Hoje, 392 empresas importam combustíveis dos Estados Unidos. Isso é um absurdo e só prejudica o pobre. Bolsonaro não quer saber dos pobres. Tem um passarinho na minha janela querendo me dizer alguma coisa. É que eu vou ganhar as eleições. E aí vamos abrasileirar o preço dos combustíveis nesse país – disse Lula.
Uma grande emoção tomou conta dos que ouviam o ex-presidente falar. A lembrança do tempo em que era possível encher o tanque de gasolina, comprar carro com IPI reduzido, entre outras coisas que deixaram de fazer parte da rotina do morador do Estado do Rio – e de Niterói – parece ter doído fundo em quem ouvia Lula falar.
O ex-presidente também criticou o sigilo de 100 anos imposto por Bolsonaro ao caso das rachadinhas de seu filho, Flávio Bolsonaro, acusado dessa prática quando era deputado estadual no Rio e tinha em seu gabinete Fabrício Queiroz. Ele comparou com uma ocasião em que soube que o próprio irmão teria a casa revistada pela Polícia Federal, e ao que afirma ter dito: “Reviste”.
– É inacreditável decretar sigilo de 100 anos para proteger o filho. Mas quando eu assumir esse sigilo não vai durar – prometeu.
Antes de concluir, após 48 minutos de discurso, Lula também comentou a beleza da cidade de Niterói e disse que gosta muito da cidade e de Gérson, o “canhotinha de ouro” da seleção de 1970. Ao seu lado, Rodrigo Neves riu da brincadeira.
Lula encerrou o discurso pedindo que os eleitores escolhessem bem também os outros representantes. O ex-presidente disse, em tom de brincadeira, que precisará fazer mais do que nos últimos governos, mas que acredita que viverá até os 120 anos:
– Dizem que o homem que vai vier até os 120 anos já nasceu. Por que não posso ser eu? Janja que se cuide! – brincou.
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