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Após um ano de pesquisas, a Prefeitura de Niterói concluiu o Inventário Faunístico da Bacia Hidrográfica da Enseada de Jurujuba. Foram identificadas 726 espécies.
O trabalho registrou 22 anfíbios, 7 répteis, 117 aves, 26 mamíferos e 437 espécies de insetos. Segundo os pesquisadores, estes insetos desempenham papéis ecológicos importantes como o processo de polinização no qual o pólen de uma flor é transferido para outra, permitindo a fertilização e a produção de sementes, decomposição e controle de pragas.
Os insetos representam cerca de dois terços das espécies registradas na região. O destaque foi a descoberta da mosca cavalo de cão, a maior do mundo. O inventário de insetos é o mais completo já realizado em Niterói e incluiu a identificação de uma formiga ameaçada de extinção.
Foram identificados ainda 28 espécies de aranhas ou centopeias, 45 peixes e 44 macroinvertebrados aquáticos, incluindo animais ameaçados de extinção e exóticos.
Entre as principais descobertas dos profissionais que foram a campo, alguns dados chamam atenção no que diz respeito às aves: duas espécies encontradas pelos biólogos estão classificadas em algum nível de ameaça como a trinta-réis-de-bico-vermelho (aquática) e a gavião-pombo-pequeno (florestal).
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O levantamento registrou 15 espécies de morcegos na Enseada de Jurujuba. Um refúgio foi identificado em uma construção abandonada. O estudo, que incluiu indivíduos em diferentes estágios reprodutivos, contribui para o conhecimento e preservação da biodiversidade local. Nessa mesma localidade, foi capturado um morcego-de-dentes-duplos, uma espécie considerada indicadora de baixo nível de perturbação de habitat.
Os indivíduos foram capturados em diferentes estágios reprodutivos. O estudo ampliou o conhecimento sobre a comunidade de morcegos na Enseada de Jurujuba, mostrando sua riqueza e diversidade e contribuindo para a preservação da biodiversidade na Mata Atlântica.
Nos dados sobre anfíbios e répteis, os destaques foram a identificação de uma espécie de tartaruga marinha ameaçada de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o lagarto teiú (Salvator), e a lagartixa-de-parede, considerada uma espécie invasora.
O estudo foi coordenado por biólogos da secretaria municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e da empresa de consultoria ambiental Piper 3D. O trabalho também contou com a participação do Instituto Moleque Mateiro na condução de expedições em embarcações de educação ambiental para crianças de escolas públicas. Cerca de 600 alunos realizaram exposições sobre o tema.
– Os resultados do inventário são muito satisfatórios e os ganhos são inúmeros: a identificação de espécies críticas para conservação; o conhecimento de novos exemplares da fauna local; a contribuição de um estudo robusto para direcionar políticas públicas e ações de educação ambiental mais assertivas. Isso sem contar o acervo de dados que poderão originar novos trabalhos científicos pelas universidades – afirmou Luize Ferraro. coordenadora de projetos ambientais da Prefeitura de Niterói.
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