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As altas consecutivas da gasolina já se refletem nas bombas em Niterói. Nesta segunda-feira, a gasolina comum está custando R$ 7,19 no Posto Ipiranga da Jansen de Melo, na subida da Ponte. Isso significa que o motorista que precisar encher um tanque de 60 litros já paga mais de R$ 430.
O último levantamento da ANP, publicado nesta segunda-feira, mostra que o aumento da gasolina foi generalizado na cidade. Antes, apenas um dos 18 postos pesquisados cobrava R$ 6,99 pelo litro do combustível. Agora cinco estabelecimentos listados praticam o mesmo preço. A média de valores saltou de R$ 6,59 para R$ 6,78 no intervalo de duas semanas.
De acordo com o diretor da Faculdade de Economia da UFF, Ruy Santacruz, novos aumentos da gasolina não estão decartados. O petróleo continua sendo negociado em alta, e o dólar caro segue pesando no cálculo. Além disso, pela política de paridade de preços adotada no Brasil, ainda há margem para novos reajustes.
— A gasolina já deveria ter sido reajustada em quase 20%. Embora a Petrobras esteja fazendo vários aumentos consecutivos, ainda assim, estaria atrasada se fosse aplicar a regra de paridade. Se aplicasse todo o percentual de aumento do petróleo e do câmbio, a gasolina deveria estar mais de 20% mais cara do que está hoje — explica.
Santacruz lembra, ainda, que existe uma relação direta entre a alta dos combustíveis e a inflação. Como os transportes ficam mais caros, esses reajustes em algum momento vão mexer no bolso do consumidor. Inclusive dos que não têm carro.
— Entendo que teremos aumento de gasolina ainda pressionando a inflação. Como é transporte, vai pressionar toda a cadeia produtiva. Do ponto de vista do consumidor, ainda tem o gás de cozinha, que também é derivado de petróleo — conclui.
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