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Pauta muito requisitada pelos moradores da Região Metropolitana II (São Gonçalo, Niterói e Itaboraí), a Linha 3 do Metrô, que ligaria Itaboraí à Praça XV, no Rio, voltou ao centro do debate. A construção é muito desejada pelos moradores devido ao trânsito intenso da Alameda São Boaventura, no Fonseca, e da ponte Rio-Niterói. O tema foi apresentado por uma comitiva da estatal chinesa, a CRRC Corporation Limited, que manifestou ao governador Cláudio Castro e equipe, o interesse na elaboração dos estudos sobre a Linha 3 do Metrô. O encontro, na última quinta-feira (24), levou para o Palácio Guanabara discussões a respeito do modelo DLS – que envolve desde o projeto de construção até a operação com suporte de inteligência.
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A reunião contou com a participação do governador do estado do Rio, Claudio Castro, e diversos outros representantes da administração estadual como o secretário de Estado da Casa Civil, Nicola Miccione, o secretário de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana, Washington Reis, além do deputado estadual, Rosenverg Reis, entre outros.
Castro destacou a retomada do Rio de Janeiro nos setores econômico, fiscal e de infraestrutura. Ele afirma que o estado do Rio é a segunda maior economia do país e ainda é responsável por 20% de toda a arrecadação dos impostos federais.
– Também somos responsáveis por 85% da produção de petróleo e de 75% do gás natural do Brasil. Não tenho dúvidas que o nosso estado possui grandes expectativas para o futuro. Somos uma grande potência econômica – pontuou o governador.
Para o secretário de Transporte, Washington Reis, trata-se de um novo momento no Rio de Janeiro e a parceria com a empresa chinesa CRRC seria de suma importância.
– Estamos vivendo um novo momento no Rio de Janeiro e essa parceria com a empresa chinesa CRRC é fundamental. A oportunidade do início do projeto da Linha 3 do Metrô vai mudar a história do nosso Estado, interligando toda a cidade – destacou.
Durante o encontro, a empresa, que opera no Brasil desde 2008, mostrou suas principais linhas de negócios, que englobam pesquisa, fabricação, reparo, venda, locação e serviços técnicos de transporte ferroviário urbano. Além disso, o grupo doou livros para a Biblioteca Parque Estadual, que fica localizada na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio.
Os desafios das concessões e a discussão sobre a necessidade de mais linhas do metrô foram temas abordados em um encontro promovido, nesta segunda-feira (28), pelo jornal O Globo. Ao longo do seminário “Diálogos RJ“, o secretário de Estado da Casa Civil, Nicola Miccione, afirmou que o estado tem dialogado com as concessionárias, embora “às vezes haja complicações para se chegar a um acordo”.
Em nota, a Casa Civil informou que o governo faz estudos para novos projetos, como a implementação da Linha 3 do metrô (Itaboraí-Niterói) e a ampliação da Linha 2 (Estácio-Praça Quinze), além da modelagem da nova licitação das barcas.
Ainda de acordo com o secretário estadual da Casa Civil, há, atualmente, uma crise nas concessões, “que traz insegurança jurídica por falta de um marco regulatório no país”. Essa crise, segundo ele, não se restringe apenas ao Rio, mas atinge todo o Brasil.
– Um exemplo é o que ocorre com todos os aeroportos relevantes, que se encontram em revisão de contratos, como Guarulhos e Viracopos (ambos em São Paulo). Não são problemas isolados do Galeão, que foi recentemente tratado – acrescentou.
O diretor-presidente da CCR Barcas, João Daniel, ressaltou a importância de se trabalhar não com uma política de governo, mas com uma política do Estado.
-Muitas vezes conseguimos chegar a uma convergência e celebrar um aditivo contratual que beneficia a sociedade sem prejudicar, de forma relevante, o regulador e o concessionário. Mas ocorre um caminho de desinformação ou discussões políticas e isso não é contributivo para o negócio. Esse é o legado da nossa sociedade. Perdemos todos – afirmou.
O Metrô para Niterói foi a maior (e mais cara) promessa da campanha no Rio. Não por acaso, a implantação da Linha 3 foi um dos projetos mais citados na campanha eleitoral a governador do Rio. O A Seguir: Niterói revelou, em reportagem publicada em agosto do ano passado, que a obra dessa linha, projetada em 1968, nunca sequer saiu do papel, mas foi um dos motes principais de campanha de três candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro: o próprio governador Claudio Castro (PL), o então deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e o atual secretário Executivo de Niterói, Rodrigo Neves (PDT). Contudo, cada um deles, indicou um traçado diferente para o transporte.
A primeira vez que se pensou na criação de um modal de transporte ferroviário para ligar as cidades do Rio de Janeiro e Niterói data do final do século 19, ainda sob reinado de Dom Pedro II. Na prancheta, o primeiro traçado do que veio a se chamar Linha 3 foi feito em 1968 e ligaria a zona norte carioca a Niterói.
De acordo com Caio Barbosa, em artigo para o site Casa Fluminense, em 2015, quando a Linha 3 voltou a ser falada pelo Governo do Estado, a ideia era ligar o Centro do Rio a Niterói, tendo como um dos trechos um túnel a ser escavado por baixo da Baía de Guanabara. Do outro lado da Baía, a linha do metrô seguiria a antiga linha de trem, passando por Alcântara e chegando na Estação Guaxindiba, em São Gonçalo.
Antes, em 2013, o Governo do estado chegou a cogitar fazer a ligação entre os dois municípios por um monotrilho.
A construção da Linha 3 do Metrô já teve seu custo estimado em R$ 1,2 bilhão pelo Governo federal, em 2011. Dois anos depois, o valor passou para R$ 2,57 bilhões em estimativa do Governo estadual.
O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que teve Cláudio Castro como vice, também prometeu, na época de campanha, que tiraria a Linha 3 do Metrô do papel. No cargo, porém, afirmou que seria mais barato e eficaz construir mais estações de barca, em São Gonçalo.
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