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Jovem negro preso com base em identificação por foto é libertado depois de 53 dias

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Manifestantes protestaram diante do Forum e receberam a notícia da libertação de Danilo Félix de Oliveira
jovem negro
Músicos da Grota participaram do protesto pela liberdade de Danilo. Foto: Bem TV

A manifestação organizada diante do Fórum de Niterói em defesa de Danilo Félix de Oliveira e outros jovens negros presos injustamente ainda não tinha terminado quando saiu a notícia: Danilo foi libertado, por decisão judicial. A informação foi dada pelo Deputado Estadual e candidato a Prefeito, Flavio Serafini (PSOL) em suas redes sociais.

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A Orquestra da Grota, que, no início do mês, se mobilizou pela libertação do violoncelista Luiz Carlos Justino, convocou a manifestação, pela justiça e contra “o racismo estrutural.” a discriminação racial, para o horário da audiência de Danilo. Ele foi preso no dia 6 de agosto, por assalto, depois de ser reconhecido por uma foto publicada nas redes sociais.

Ex-funcionário da reitoria da UFF, Danilo Félix, de 24 anos, foi abordado por policiais à paisana e conduzido à 76ª Delegacia de Polícia, na Avenida Amaral Peixoto, onde foi levado para o presídio Tiago Teles, em São Gonçalo, após ter sido acusado de assalto à mão armada. Ele foi incriminado porque um homem, vítima de um assalto, ocorrido em 2 de julho, o identificou a partir de fotos apresentadas na delegacia. No dia seguinte, a polícia o chamou novamente para mostrar fotos de outro suspeito. Eram imagens de Danilo, que passou a ser apontado como responsável pelo roubo.

A advogada Cristiane Lemos, que acompanha o caso desde a prisão, afirma que as fotos, extraídas do perfil do Facebook do suspeito, são de 2017. Ela aponta diferenças entre as características físicas descritas pela vítima no depoimento e as do jovem preso — como a cor da pele e o tipo de cabelo. O mandado da prisão foi expedido dois dias após Danilo ter sido preso. Segundo a advogada, no inquérito, a polícia ignorou imagens da câmera de segurança instaladas na região onde ocorreu o roubo.

Os manifestantes também defendem a liberdade de Jefferson Ribeiro Conceição Ângelo, também foi preso sem provas. No dia 1º de setembro, Jefferson não retornou para casa após o trabalho. Isso porque foi abordado por agentes da Niterói Presente, em torno das 18h, em Charitas. De acordo com os agentes, havia três mandados de prisão contra ele.

Os casos remetem ao episódio ocorrido recentemente com o violoncelista e morador da Comunidade da Grota, Luiz Carlos Justino, de 23 anos. Preso no dia 2 de setembro, Luiz passou cinco dias detido. O violoncelista havia sido parado em uma blitz sem carteira de identidade e foi levado para a 76ª Delegacia de Polícia, onde foi informado que havia um mandado de prisão expedido contra ele por um assalto à mão armada cometido em 2017. O músico teria sido reconhecido por fotos, embora sua defesa afirme que sua prisão foi vítima de racismo, de acordo com dezenas de depoimentos testemunhando que ele estava em outro lugar na hora do crime.

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