23 de maio

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Publicado

Influenciador de Niterói invade pista do Galeão, filma e é investigado pela Polícia Federal

Por Filipe Bias
| aseguirniteroi@gmail.com

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Thiago Jatobá, com grande audiência no TikTok, registrou a invasão com amigos de Niterói, PF apura consequências legais
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Polícia Federal apura possível crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo praticado por Thiago Jatobá, na foto – Foto: Reprodução

Um dos maiores influencers de Niterói, o tatuador e surfista, Thiago Jatobá, invadiu a pista de decolagem do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Jatobá e um grupo de amigos invadiram a área da pista durante a noite para acompanhar e filmar de perto a decolagem dos aviões, uma ação que agora é alvo de investigação da Polícia Federal. 

O próprio Thiago Jatobá narrou e filmou a invasão, que contou com a participação de seu irmão, Gabriel Jatobá, e ao menos um outro jovem, todos moradores de Niterói. O vídeo publicado no TikTok, que mostrava o grupo pulando cercas com arame farpado e se aproximando das pistas dos aviões em operação, foi removido pelo próprio Jatobá após a repercussão do caso. Porém, ele ainda pode ser assistido na internet. 

Vídeo mostra o grupo pulando cercas e se aproximando de aeronaves em operação – Foto: Reprodução.

Na gravação, é possível ouvir os jovens mencionando os riscos envolvidos, como o perigo das turbinas dos aviões e a presença de arames nas cercas. Apesar da aparente consciência dos perigos, a busca por conteúdo viral para as redes sociais foi maior,

“Vamos tentar assistir a uma decolagem bem na pista do avião”, declarou Jatobá no início da gravação, revelando a intenção do grupo. A conversa entre os jovens durante a invasão expôs a consciência dos riscos envolvidos. Um deles alertou para o perigo de se aproximarem demais da pista: “Ficar na frente do avião eu acho que dá m… com o bagulho da turbina”.

Em seguida, o vídeo mostra o momento em que o grupo busca uma forma de transpor a divisória do aeroporto, coberta por uma cerca de arame farpado. As dificuldades e os perigos da escalada foram comentados entre eles: “Vai se cortar aí à toa, esse concreto vai quebrar”, disse um dos rapazes, ao que outro respondeu: “O problema é voltar, pular dá”.

Apesar dos obstáculos e dos evidentes riscos, o grupo conseguiu pular a cerca, comemorando a invasão: “Entramos aqui no aeroporto!”, exclamou Jatobá, registrando o momento da entrada na área restrita. Logo após, os jovens se abaixaram e apagaram as lanternas de seus celulares para evitar serem detectados, movendo-se sorrateiramente a poucos metros da pista utilizada para as decolagens.

Possíveis crimes

A Polícia Federal tomou conhecimento do caso e iniciou uma investigação formal para apurar as circunstâncias da invasão e identificar todos os envolvidos. A conduta do grupo pode configurar o crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo, previsto no artigo 261 do Código Penal, que estabelece pena de reclusão de dois a cinco anos para quem “expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea”. A PF não descartou a possibilidade de outros crimes e infrações serem apurados.

A concessionária RioGaleão também se manifestou sobre o grave incidente, informando que está colaborando integralmente com a Polícia Federal nas investigações. Em nota, a empresa classificou as invasões de pista como “violações graves, que podem configurar diversos crimes e infrações, incluindo atentado contra a segurança da aviação”.

O advogado Gabriel de Britto Silva, especialista em direito do consumidor e aéreo, em entrevista ao G1, explicou que, apesar da pena de reclusão prevista, a decisão final sobre a punição dependerá da análise do caso concreto pelo juiz criminal. Serão considerados fatores como a gravidade da invasão, as consequências para as operações aeroportuárias no dia do ocorrido e o histórico dos envolvidos.

O advogado também alertou que, caso se demonstre que a invasão teve como objetivo a obtenção de vantagem econômica (como a criação de conteúdo viral para monetização), poderá ser aplicada multa, a ser fixada pela Justiça.

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