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Desconto, aplicativo, ducha: com a gasolina cara, postos de Niterói batalham por clientes

Por Redação
| aseguirniteroi@gmail.com

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Estabelecimentos da cidade criam estratégias para contornar baixo movimento, já que os motoristas estão deixando o carro na garagem
Posto BR na Avenida Roberto Silveira
Postos de gasolina tentam atrair clientes. Foto de leitor

A alta dos combustíveis tem levado os motoristas de Niterói a pensar em formas diferentes de reduzir o impacto no bolso. As mudanças no comportamento incluem trocar o carro por ônibus, bicicleta e transporte por aplicativo para distâncias mais curtas, ou abrir mão do posto de confiança, para pagar um pouco mais barato em outro estabelecimento. Os recursos para contornar a situação partem também dos postos, que estão abusando das estratégias para conquistar e reter clientes. Cada vez mais estabelecimentos estão lançando mão de ações para impulsionar as vendas vendas, como aplicativo de descontos, cartão fidelidade e oferta de ducha grátis.

É o caso do Posto BR da Avenida Roberto Silveira, que, além de oferecer promoção para pagamento à vista, montou um esquema de cartão de fidelidade por aplicativo de celular para aplicar descontos e atrair consumidores, o que não tem sido fácil. Já o Posto Ecológico, na Noronha Torrezão, em Santa Rosa, oferece uma ducha grátis para quem abastecer mais de 30 litros e recorreu a uma promoção, em que o litro da gasolina sai por R$ 6,79, pelo menos R$ 0,20 a menos do que em outros estabelecimentos da região.

O Posto Fagundão, na Rua Miguel de Frias, é outro estabelecimento que, apesar da popularidade, já pensa em reeditar promoções para recuperar o movimento.

– Já houve um tipo de promoção, um aplicativo em que você acumula pontos para trocar por benefícios, como descontos no preço da gasolina. Ao baixar o aplicativo, o cliente ganha um desconto de R$ 0,15 por litro nos três primeiros abastecimentos que ele fizer pelo aplicativo. Com essa disparada da gasolina, o gerente do posto está pensando em voltar com a promoção – explicou um funcionário.

Posto Ecológico, na Rua Noronha Torrezão

O fato é que os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis tem afastado clientes. O A Seguir: Niterói visitou alguns postos na última quarta-feira, no fim da tarde, e o comentário geral entre frentistas era o movimento fraco.

– Percebi, sim, uma queda de movimento, especialmente nesta semana. Ainda não sabemos como vai ficar o aumento nas próximas, mas já sabemos que a tendência é de alta – confirmou o funcionário.

Ao que tudo indica, a missão dos estabelecimento de recuperar clientes não vai ser fácil. Nem as promoções estão fazendo os motoristas tirarem o carro da garagem. O estudante Felipe Souza, de 26 anos, conta que só no último fim de semana abasteceu com R$ 100 para uma simples ida à praia, na Região Oceânica, e para fazer compras de supermercado. Caro demais. No dia a dia, agora, só bicicleta, carro por aplicativo ou caminhadas.

– Agora a gente tem que se programar com antecedência, já levando em consideração a alta da gasolina. Como eu ia para à praia no fim de semana e já planejava ir ao mercado e resolver algumas coisas na rua, resolvi abastecer além do que precisava para não ter que pagar um valor acima do meu orçamento. Tenho feito muita coisa a pé porque moro em Icaraí, o que facilita. Mas fico pensando em quem precisa pegar o carro com mais frequência. A gasolina está um absurdo, e a tendência é só piorar.

Igor Raposo, estudante de Direito da UFF, já trocou o carro por skate e bicicleta. Até à praia, uma distância que costuma ser mais longa, ele vai pedalando. Já Lorrana Faria, de 32 anos, conta que alterou os hábitos por causa da gasolina, mesmo morando em Pendotiba.

– Desde que o preço da gasolina disparou, tirei meu carro da garagem apenas três vezes. Posso dizer que estou mais seletiva. Todo o contexto de pandemia, os empregos mal remunerados, a crise econômica que se instalou no país me fizeram repensar meu comportamento com o carro. Agora saio muito eventualmente, quando há real necessidade. Gosto muito do conforto do carro, mas o preço está surreal. Nem mesmo cartão de fidelidade compensa. E não adianta oferecer desconto à vista, porque poucos postos aplicam – ressaltou Lorrana Faria.

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