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Em 1959 ainda havia bondes em Niterói. O transporte mais moderno era o trolleybus. Os táxis eram velhos Chevrolets ou Fords com bancos largos e câmbio no volante.
Havia cinemas de rua. O Centro da cidade era pulsante. A cidade era capital do estado. O restaurante Monteiro era ponto de encontro de políticos e empresários. Os produtores de Campos, Friburgo e da Região dos Lagos vinham tratar de negócios deste lado da Baía de Guanabara.
O futuro prometia, quando a Companhia Brasileira de Turismo começou as obras do Hotel Panorama. Uma construção modernista encravada na Estrada Nossa Senhora de Lurdes, no caminho do Parque da Cidade.
A obra, porém, foi abandonada definitivamente dez anos depois. Desde então, o esqueleto do prédio faz parte da paisagem de Niterói, como uma casa fantasma.
Agora, a obra pode ser retomada. O anúncio é da Capital 1, dona do prédio e do terreno, desde 2016. A empresa informou ao jornal O Globo, neste domingo (1), os planos para a construção de um empreendimento com 280 unidades habitacionais.
De acordo com a reportagem, o projeto prevê a construção um novo prédio, além do hotel, um anfiteatro, piscinas e quadras. Nem a prefeitura nem a construtora deram mais detalhes sobre o projeto e da área que vai ocupar no terreno.
Segundo o Globo, a Prefeitura informou que o projeto teve parecer inicial favorável e que a obra poderá ser aprovada “desde que sejam cumpridas as exigências para a preservação ambiental.
A Prefeitura chegou a multar a empresa em 2017 por desmatamento, mas, segundo a reportagem, a multa teria sido suspensa pela justiça. O terreno é contíguo ao chamado Bosque dos Eucalíptos.
No Rio, a Capital 1 está à frente da retomada das obras de duas torres na Barra da Tijuca, também abandonadas há décadas.
Em Niterói, a empresa também é dona de um extenso terreno na orla de Charitas, perto do Clube Naval, que, de acordo com a proposta apresentada pela Prefeitura para a revisão do zoneamento da cidade, terá o gabarito dobrado, permitindo a construção de prédios de mais de dez andares, o dobro do que se permitia para o bairro.
O projeto da nova lei do gabarito foi suspenso por ordem da Justiça e, depois de diversas audiências públicas, será apresentado pela Prefeitura para aprovação da Câmara Municipal na próxima semana.
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