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Homenagem: Para sempre, professora Felisberta

Por Luiza Sassi*
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Texto em memória da educadora Maria Felisberta Baptista Trindade, que faleceu no último sábado (13), aos 91 anos
Professora Maria Felisberta Trindade. Foto: Reprodução

Tive a sorte de ter sido sua aluna e, recentemente, a honra de compartilhar sua companhia no Conselho Municipal de Educação (CME). Em todas as oportunidades procurava estar por perto para observá-la e ouvi-la porque não havia encontro que não se destinasse a uma aula pública do que significa SER um educador.

Aprendi muito cedo que para ser um educador é importante compreender que não se ensina só com palavras, mas sobretudo com exemplos e atitudes. E estar com a Professora Felisberta era uma oportunidade para que se compreendesse que a ética e a coerência interna com as atitudes concretas da vida são aspectos inegociáveis.

Professora Felisberta era um exemplo de coerência com seus princípios de luta por uma escola pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. Participou durante toda a sua vida, de modo ativo de movimentos históricos da educação brasileira. Possuía características valiosas, inteligente, gentil, amorosa, generosa,e muito educada.

Niterói perde muito com sua despedida. Era um símbolo vivo da possibilidade de diálogo sem polarização, baseado no argumento das ideias, promotora do convencimento pelas palavras, sendo sempre comprometida com seus princípios e suas posições políticas. Ela sempre nos ensinou que EDUCAÇÃO É POLÍTICA. Sim! Educação é política! Não esse arremedo de algumas brigas políticas partidárias que se evidencia por lutas pessoais de poder, em que ninguém escuta e defende ideias. Ela defendia a relação dialógica de disputa por um único objetivo – garantir a todos uma educação de qualidade. Porque política nesse sentido é o exercício de educar para a cidadania, com a possibilidade de se pensar na coletividade, porque ela sabia que enquanto não fosse bom para todos, não seria bom para ninguém.

Professora Felisberta nos ensinou de modo muito particular e ao mesmo tempo com muita beleza como convencer com as palavras bem-ditas e quais caminhos devemos seguir para avançar na educação e garanti-la aos cidadãos brasileiros de modo equânime e na promoção da justiça social.

A Professora se foi, mas seus ensinamentos precisam ser perpetuados entre nós, pelo qual tanto lutou de modo simbólico e também de modo concreto, por isso deixo aqui uma sugestão para os representantes da cidade de Niterói. Escolham um lugar bem bonito, público e de preferência numa praça. Criem uma Ágora, um espaço considerado o símbolo da democracia, onde todos os cidadãos possam trocar ideias, dialogar e ter voz. Professora Felisberta era assim. Nunca a encontrei fora dos espaços colegiados, aulas e reuniões, sempre participando de modo emblemático e carismático. Desse modo concretizaremos a lembrança do seu legado que tanto contribuiu para a cidade de Niterói.

Eterno respeito pelo seu caminhar na vida!

Eterna Professora Felisberta, entre nós!

*Luiza Sassi é Diretora Geral GayLussac, Diretora Educacional Cognita Brasil, Conselheira do CME e Pedagoga FME

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