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Terceira escola a se apresentar no domingo (2), primeiro dos três dias de desfiles dos Grupo Especial, no Sambódromo do Rio, a Unidos do Viradouro entra em cena, mesmo, quase na primeira hora de segunda-feira (3). Quando ecoar o grito de guerra “A hora é essa”, na voz do intérprete Wander Pires, começa a jornada da escola em busca do bicampeonato – ou sua quarta estrela a ser colocada na bandeia.
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É hora de deixar “a fumaça entrar” e evocar a falange de Malungos: “Sobô Nirê Mafá!” , saudação a Reis Malunguinho, tema do enredo da escola de samba de Niterói.
“Malunguinho – O Mensageiro de Três Mundos” é uma entidade afro-indígena, que se manifesta como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro. Sua história remete ao estado de Pernambuco, na primeira metade do século 19. O quilombo do Catucá era foco de resistência e viu seu último líder, João Batista, o Malunguinho, ser duramente perseguido por seus atos libertários.
Ao fugir das emboscadas, ocultou-se na mata e aprendeu com os indígenas o segredo da força das ervas. Assim, tornou-se Mensageiro de Três Mundos: Mata, Jurema (planta sagrada) e Encruzilhada.
Malunguinho é o dono da chave mágica para abrir senzala e fechar o corpo dos que a ele rogam proteção. O que ronda a mata para vencer inimigo, trazendo a ciência dos pajés, os caminhos da cura.
A Viradouro vai contar a história do Reis Malunguinho em duas esferas: a histórica e a espiritual, “onde ele é caboclo, mestre e Exu (mensageiro e intermediário entre os seres humanos e as divindades)”.
O samba-enredo apresenta várias possibilidades de “brincadeiras” da bateria comandada por Mestre Ciça com ritmos do candomblé.
A letra pede: “Acenda tudo que for de acender / Deixa a fumaça entrar”
E o refrão vira novo grito de guerra: “A chave do cativeiro/Virado no Exu Trunqueiro/Viradouro é Catimbó!/Viradouro é Catimbó! / Eu tenho corpo fechado/Fechado, tenho meu corpo/Porque nunca ando só/(Porque nunca ando só!)”
Na Viradouro não tem mesmo essa de andar só. A escola aposta na força da sua comunidade para conquistar corações (e jurados), no Sambódromo. O resultado será conhecido na quarta-feira (5), dia do julgamento do desfile.
O desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro terá uma grande novidade, em 2025: ao invés de dois, serão três dias de apresentações, com quatro agremiações por vez.
Domingo (2 de março)
Segunda-feira (3 de março)
Terça-feira (4 de março)
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