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Hoje é dia de Viradouro! Arroboboi Dangbe!

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Escola será a última a desfilar na Marques de Sapucaí com enredo sobre a força da mulher negra e o culto à cobra sagrada e sabedoria africana
Viradouro
Unidos da Viradouro em ensaio técnico. Foto: Divulgação

Hoje é dia de atravessar a madrugada grudado no desfile da Viradouro, a última a se apresentar na Marquês de Sapucaí, com o enredo “Arroboboi Dangbe!”, baseado nas crenças voduns dos povos africanos que viviam na Costa da Mina, região onde atualmente está Gana, Togo, Benim e Nigéria.

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A história

Vodum era o nome usado para representar as divindades ou forças invisíveis do mundo espiritual Segundo a tradição original, as mulheres são escolhidas e iniciadas em ritos de louvor à serpente sagrada conhecida como Dangbé — a cobra que engole a própria cauda para dar equilíbrio. Segundo estes orixás, nada começa nem termina, tudo avança, tudo retorna.

Estas mulheres formavam uma poderosa irmandade de guerreiras voduns, com inteligência, fé, armas implacáveis e espiritualmente invencíveis. Estas mulheres formavam uma poderosa irmandade de guerreiras voduns, com inteligência, fé, armas implacáveis e espiritualmente invencíveis.

Estrutura

3 mil componentes em 23 alas, 6 carros e 2 tripés. 1º casal: Julinho Nascimento e Rute Alves. Bateria: Mestre Ciça.

Componentes

Participarão do desfile Luana Bandeira, Egili Oliveira, Erika Januza (rainha), Lore Improta e Thays Busson.

Ordem dos desfiles

Esta 2ª noite tem Mocidade Independente de Padre Miguel, Portela, Unidos de Vila Isabel, Estação Primeira de Mangueira, Paraíso do Tuiuti e Unidos do Viradouro, nesta ordem. Cada agremiação terá entre 1 hora e 1 hora e 10 minutos para desfilar.

Horários do Grupo Especial do Rio de 2024

Horário Domingo, 11 Segunda, 12
22h Porto da Pedra Mocidade
Entre 23h e 23h10 Beija-Flor Portela
Entre 0h e 0h20 Salgueiro Vila Isabel
Entre 1h e 1h30 Grande Rio Mangueira
Entre 2h e 2h40 Unidos da Tijuca Tuiuti
Entre 3h e 3h50 Imperatriz Viradouro

O samba-enredo da Viradouro

Eis o poder que rasteja na Terra
Luz pra vencer essa guerra
A força do Vodum
Rastro que abençoa, agoyê
Reza pra renascer
Toque de adahum

Lealdade em brasa rubra
Fogo em forma de mulher
Um levante à liberdade, divindade em Daomé
Já sangrou um oceano
Pro seu rito incorporar
Num Brasil mais africano, outra areia, mesmo mar

Ergue a casa de Bogum, atabaque na Bahia
Ya é Gu Rainha, herdeira do candomblé
Centenário fundamento da Costa da Mina
Semente de uma legião de fé

Vive em mim
A irmandade que venceu a dor
A força herdei de Hundé e, da luta, Mino
Vai serpenteando feito rio ao mar
Arco-íris que no céu vai clarear

As escolas de samba têm se profissionalizado, com a maior competição e exigência dos jurados. Em entrevista ao A Seguir, o percussionista, arranjador e educador musical, Gabriel Policarpo, que toca na Viradouro há 25 anos, ressaltou a importância do enredo da escola de samba da Viradouro deste ano.

– O enredo é muito bom. É um papo muito sério falando sobre o Terreiro do Bogum, da Bahia, que é um patrimônio cultural brasileiro. A escola está muito bem administrada pelo presidente Marcelo Calil e todos os segmentos estão muito empenhados. Ano passado o caneco foi quase nosso. Ficamos em segundo lugar. Esse ano a gente vem para brigar pelo título. Rumo à vitória!
E acrescenta: – A gente acabou de fazer ensaio técnico na Sapucaí. Há muito tempo que eu não sentia a bateria tão bem, como a gente passou na Avenida no domingo.

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