Guarda Municipal de Niterói resgata fragata ferida com linha chilena

Uma fragata ferida por uma linha chilena foi resgatada na tarde desta quarta-feira (13) por agentes da Coordenadoria Ambiental da Guarda Municipal de Niterói. O animal foi encontrado às margens do Caminho Niemeyer, no Centro, por funcionários que estão fazendo montagem de um palco para um show e acionaram a corporação pelo número 153. Após uma avaliação preliminar, a ave será encaminhada para E-Conservation, que tem sede em Araruama (RJ) e cuida de aves marinhas, além de reintegrá-las ao habitat natural.

A chamada linha chilena é quatro vezes mais cortante do que as convencionais com uso de cerol. Ambas costumam ser usadas para soltura de pipas e costumam provocar acidentes, até fatais, com ciclistas e motociclistas.

Em Niterói, o uso de linha chilena é crime. O decreto nº 11.485, publicado em 2013, tornou proibida a comercialização, guarda, transporte ou uso de cerol e de linha chilena no município. O infrator pode receber multa e até ser conduzido para a delegacia, em caso de desobediência, se for maior de idade. Caso se trate de menor de idade, os responsáveis podem sofrer as punições.

Mesmo assim, é recorrente na cidade a realização de eventos como o “Loucos por Pipa”.  Ano passado, após denúncia anônima, agentes da Unidade de Policiamento Ambiental do Parque Estadual da Serra da Tiririca foram à Rua Promotor Fernando Mattos Fernandes, em Piratininga, onde mais uma edição do evento seria realizada. Com a chegada das viaturas, os participantes fugiram. No local, foram encontrados 16 carretéis de linha chilena, uma vasilha com cerol, um frasco de cola, além de um sacolé contendo vidro moído. O material foi apreendido e encaminhado à 81ª DP (Itaipu).

O cerol é fabricado com uma mistura que pode ser feita com cola e pó de vidro ou cola e pó de ferro. Já a linha chilena é feita com pó de quartzo e óxido de alumínio.

As pipas também podem acarretar outros problemas. Levantamento feito pela distribuidora de energia Enel detectou que, nos seis primeiros meses de 2021, mais de 200 mil clientes ficaram sem energia por causa de pipas que atingiram a rede elétrica. As regiões que lideram o ranking com o maior número de incidências são Região dos Lagos (65.577), Magé (45.788) e Campos (42.625), seguidos por São Gonçalo (25.643), Região Serrana (25.472), Niterói (22.812) e Macaé (21.250).

As pipas provocam interrupção do fornecimento de energia ou porque conseguem romper os cabos ou por provocar curtos-circuitos na fiação.