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Gás de cozinha tem nova alta e vai a quase R$ 100, o maior valor em 20 anos

Por Livia Figueiredo

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Após aumento de 1,5%, revendedores de Niterói afirmam que botijão de gás nunca esteve tão alto e relatam queda nas vendas
Preço do gás é o mais alto em 20 anos. Fotos públicas
Preço do gás é o mais alto em 20 anos. Fotos públicas

Não tem sido um ano fácil. Alta da gasolina, itens de mercado a preços inimagináveis e, agora, o gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) confirmou, mais uma vez, a alta do preço do botijão de gás de cozinha de 13 quilos, que teve novo aumento em setembro, com reajuste de 1,5%. O preço é o maior em 20 anos, segundo levantamento do Observatório Social da Petrobras (OSP).

A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (6), considera os dados da ANP, que aponta reajustes no GLP desde agosto. O aumento já reflete em bairros de Niterói. De acordo com pesquisa feita pelo A Seguir: Niterói nesta quarta-feira (6), no Fonseca, Zona Norte da cidade, por exemplo, o botijão chega a custar R$ 98,99. Há expectativa, ainda, de novos reajustes nas próximas semanas devido à defasagem de 21 dias no valor do gás.

Em Piratininga, região de baixa cobertura de gás encanado, o preço chega a R$ 95. O mais barato é R$ 90. Em Itacoatiara e Camboinhas, também na Região Oceânica, o preço do gás fica na mesma margem. Em Icaraí, o mais barato é R$ 94,99 e o mais caro chega a custar R$ 98,99. Em Santa Rosa, a variação é parecida, entre R$ 94 e R$ 98,99.

Atualmente, o preço do gás de cozinha está, em média, R$ 98, sendo que em alguns estados o preço atinge R$ 130.

Auxiliar administrativo da Liquigás Itaipu, Luiz Gustavo Barros diz que o reajuste do gás, em setembro, foi tanto que no dia seguinte o novo preço teve de ser repassado para o cliente. Contudo, a estratégia desse mês é de cautela. O novo reajuste ainda não foi repassado para o cliente, que ainda está se adaptando com a alta dos preços do mês anterior. De acordo com o funcionário, a distribuidora teve uma redução de vendas de 20% no intervalo de 1 mês.

– O reajuste de meados de setembro deu um baque, o que gerou um aumento no preço do gás de R$ 6,00 a R$ 8,00. É aquele ditado: “ou repassa ou morre”, se não ficamos com dívidas. Mas tivemos um outro aumento agora, no mês de outubro, que ainda não repassamos para o cliente. Agora o cliente não quer saber da qualidade do gás. Ele não está podendo escolher com a alta dos preços.

O reajuste tem uma explicação: devido ao dissídio salarial da categoria em setembro, foi aplicado pelas distribuidoras um aumento na margem de 7%. Isso porque, entre as semanas de 12 a 18 de setembro, o preço médio do gás de cozinha por todo o Brasil chegou a R$ 98,33. Quem mais sente os efeitos são as famílias de baixa renda que, em determinados lugares, chegam a ter que desembolsar R$ 135.

Aumento não é de hoje

O valor do gás de cozinha está em uma crescente. Em junho, o A Seguir: Niterói mostrou que, após o aumento de 5,9% do preço médio pela Petrobras, algumas das principais distribuidoras de gás de Niterói tinham sido impactadas. Na época, o preço do gás chegou a bater R$ 86 em algumas distribuidoras, como foi o caso da Disk Entregas Distribuidor de Gás, no Largo da Batalha. No intervalo de uma semana, o reajuste da Petrobras provocou um aumento de R$ 4 no botijão de gás. Procurada novamente pelo A Seguir, uma funcionária da Disk Entregas afirmou que “nunca se pagou tão caro no gás. É o maior aumento em anos. Isso afetou muito a gente”.

Desde o início deste ano, o preço médio cobrado pelo botijão de gás de cozinha teve uma alta acumulada em torno de 30%. Os dados são fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que identificou um salto de R$ 75,29 no final de 2020 para a média de R$ 100 até meados deste ano.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) lembra que o reajuste depende do mercado internacional. Quando o barril de petróleo sobe, o preço do gás de cozinha também deve apresentar reajuste.

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