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Furtos em bares e restaurantes atrapalham comércio e dão prejuízo em Niterói

Por Gustavo Goulart
| aseguirniteroi@gmail.com

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Vídeos mostram a ação de ladrões em quiosques de Charitas e restaurante de Icaraí
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Restaurante teve hidrômetro roubado. Foto de leitor

Três horas da madrugada do dia 11 de maio. Um homem se aproxima do Bar e Restaurante Batipatu, na Rua Lemos Cunha, perto da esquina com a Rua Mariz e Barros, em Icaraí. Olha para um lado e para o outro, confere que não há ninguém observando, e inicia um processo de retirada à força dos canos que compunham a tubulação de gás do estabelecimento. Antes de retirar os canos, ele vai até a esquina para se certificar que não há ninguém por perto. Volta, retoma o furto e arranca com muita força toda a tubulação. Coloca tudo num grande saco e vai embora tranquilamente, mesmo sendo filmado pela câmera de segurança de um prédio ao lado.

A sócia, Gláucia Freire, registrou o furto na 77a DP (Icaraí), indignada com a onda de casos na região. Pelo menos cinco furtos foram registrados em pouco mais de um mês na Rua Lemos Cunha, todos a cerca de cem metros da delegacia, que fica na mesma rua. A Polícia Civil disse, em nota, que está investigando os casos, sem dar detalhes.

– Foi muito abuso, com certeza de impunidade. Ficamos quase dois dias trabalhando com um fogão elétrico e nos deu muito trabalho. Reforçamos a segurança. Mas o problema nessa rua é crônico. Furtaram a bomba de água do vizinho da esquina e o hidrômetro de outro, na outra esquina. Uma clínica dentária também foi vítima recentemente. Todos os casos foram registrados na delegacia – contou Gláucia.

Perto dali, a dona de uma hamburgueria, na mesma esquina, Sandra Valéria Correa Coelho, teve o hidrômetro furtado na madrugada do dia 18 de abril, causando um grande transtorno.

– Trabalhamos à noite e em parte da madrugada. Fechamos por volta de 2 h. Fui acordada de manhã por uma vizinha alertando sobre um grande vazamento de água da minha casa para a rua. Fiquei com muita raiva. Construímos as coisas com muito sacrifício e aí vem um ‘cracudo’ e destrói tudo. Fiz registro na delegacia e acho que todas as vítimas devem fazer também – aconselhou Sandra.

Quiosques invadidos

Na Praia de Icaraí, o quiosque do comerciante Roberto Campos, de 53 anos, que trabalha há 18 anos em frente à Rua Miguel de Frias, ao lado de uma guarita da Guarda Municipal, foi invadido de madrugada há duas semanas. Levaram celulares e dinheiro. Isso aconteceu mesmo com a medida de segurança adotada pelos onze quiosqueiros daquela orla: colocar uma pessoa para ficar nos estabelecimentos durante todas as madrugadas. Ele não registrou o caso em delegacia, pois acha que não haverá investigação.

– Decidimos deixar alguém trabalhando de madrugada com os quiosques abertos justamente para afugentar possíveis ladrões. Mas, as pessoas se cansam e acabam adormecendo. Eu entendo isso. De seis meses para cá só dois dos onze quiosques da praia não foram invadidos. É preciso que haja policiamento – reclamou.

Quiosque fica em frente à Rua Miguel de Frias. Foto de leitor

Em Charitas, o Quiosque R-2, explorado pelo concessionário José Ricardo Mendonça, de 65 anos, já foi vítima de invasões por pelo menos quatro vezes. Elas começaram no período inicial da pandemia e até hoje há casos. No último, há cerca de dois meses, o ladrão arrombou o cadeado de uma janela, entrou, e pegou dinheiro do caixa e outros pertences. Uma câmera de segurança registrou a ação.

– É inacreditável o que fazem. Usam pé de cabra, entram pela janela ou pelo teto e conseguem pegar algumas coisas. Não registrei na delegacia esses casos. Só registrei um caso ocorrido há cerca de quatro anos quando chegaram armados e roubaram a mim e clientes nas mesas. É lamentável o que está acontecendo – disse.

Quiosque é o terceiro em direção à Jurujuba. Foto de leitor

A presidente da Associação dos Quiosqueiros de Niterói, Regina Abreu, comentou que o problema vem crescendo na cidade. Mas disse que a Polícia Militar já reforçou o policiamento.

– Houve uma onda de arrombamentos e furtos na Praia de Charitas. Na praia de Icaraí, diversos companheiros também se queixaram. Tivemos uma reunião com o tenente da 4a Companhia e também solicitei ajuda através do Conselho de Segurança, pedindo um olhar carinhoso pelos trabalhadores da orla. Após a reunião, percebemos a presença mais frequente do patrulhamento da PM – atestou.

O que diz a Polícia

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que a 77ª DP (Icaraí) está investigando todos os casos registrados na unidade. E ressaltou que as leis são muito brandas contra furtadores.

Para que os autores sejam identificados, presos e os fatos sejam esclarecidos é preciso que as pessoas denunciem a ação dos criminosos. Vale lembrar que as leis são brandas com furtadores por considerar que não há violência e os mesmos respondem por seus crimes em liberdade, o que causa sensação de impunidade e também reincidência nesse tipo de delito. Ainda assim, a Polícia Civil tem identificado e prendido tanto furtadores quanto receptadores e possui investigações contra criminosos que atuam na região.

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