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Folia do Viradouro levará para o Caminho Niemeyer nova versão para a vida de Tereza de Benguela

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Escola de samba campeã do Carnaval de Niterói em 2022 vai recriar enredo da Unidos do Viradouro que teve Joãozinho Trinta como carnavalesco. O desfile será na sexta-feira (24).
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Tereza de Benguela foi enredo da Unidos do Viradouro em 1994. Foto: Divulgação

Campeã de 2022 do Carnaval de Niterói, a escola de samba Folia do Viradouro desfila nesta sexta-feira (24) pelo Grupo A, no Caminho Niemeyer. No sábado, se apresentam as agremiações dos Grupos B e C.

A Folia não é um braço da Unidos do Viradouro.  Porém, recorreu a um enredo vitorioso da atual vice-campeã do Carnaval do Rio de Janeiro para seu desfile deste ano. A escola levará para a passarela  sua versão de “Tereza de Benguela – Uma rainha negra no Pantanal” que, em 1994, garantiu para a Unidos do Viradouro um terceiro lugar no Grupo Especial. Na época, o carnavalesco foi ninguém menos do que Joãozinho Trinta.

Leia mais: Título da Viradouro escapa por um triz e Carnaval de 2023 fica com a Imperatriz

Tereza de Benguela foi uma escrava que virou rainha e liderou um quilombo de negros e índios. Ela nasceu no século 18, mas não se sabe se foi no Brasil. Foi casada com José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho até ser assassinado por soldados do Estado. O quilombo também era conhecido como Quilombo do Quariterê (a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia). Esse quilombo é tido como o maior do Mato Grosso.

Com a morte de José Piolho, Tereza se tornou a líder do quilombo e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena de cerca de 100 pessoas, resistiu à escravidão por duas décadas. O Quilombo foi destruído em 1770, pelas forças de Luís Pinto de Sousa Coutinho, um militar português que foi governador da capitania de Mato Grosso, de 1769 a 1772.

Em homenagem a Tereza de Benguela, o dia 25 de julho é oficialmente, no Brasil, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Homenagem

Partiu do carnavalesco da Folia do Viradouro, Bruno Farias, a sugestão de recriar o enredo da Unidos do Viradouro.

– A ideia é homenagear as mulheres negras com esse enredo – explicou Marcelo Serpa, Vice-presidente da escola.

Abre-alas da Folia do Viradouro no Carnaval 2022. Foto: reprodução rede social.

 

Em 2022, a Folia foi campeã do Grupo A do Carnaval de Niterói com um  enredo sobre o bairro de Jurujuba. Para o desfile deste ano, a escola vai levar 450 componentes para o Caminho Niemeyer que estarão divididos em 12 alas. Terá dois carros alegóricos e um carro cenográfico.

A Folia foi criada há 23 anos. Sua história começa no Bar do Coronha, na comunidade do Viradouro, onde amigos se reuniam para ver o desfile da então única escola de samba do bairro, que já desfilava no Rio de Janeiro.

Primeiro, a “bagunça” foi organizada em um bloco que saia pela região. Depois, com mais organização, virou escola de samba. A Folia já foi campeã em Niterói também nos anos de  2012, 2015, 2016, 2017.

Segundo Serpa, poucos integrantes da Folia desfilam pela Unidos. Não que não queiram, mas por dificuldade de locomoção, mesmo:

– Para ir na quadra da Unidos do Viradouro, no Barreto, a gente tem que pegar duas conduções. Para desfilar na escola temos que frequentar os ensaios todas as terças-feiras, o que fica difícil para muitos de nós. Então, poucos da Folia desfilam na Unidos.

A co-irmã famosa foi devidamente informada sobre a recriação do seu enredo pela Folia, que recebeu sinal verde para o desafio.

A transferência do desfile  de Niterói da rua da Conceição para o Caminho Niemeyer foi aprovada por todos da Folia por ser um local mais amplo para a apresentação das agremiações e mais confortável para o público. A única crítica, segundo Serpa, é o preço dos comes e bebes, considerado muito caro pela comunidade, sendo que não é permitido levar comida e bebida próprios para a nova avenida.

A Folia sonha em também passar a desfilar no Rio de Janeiro?

– O grupo de acesso desfila na Intendente Magalhães, que é muito longe, no subúrbio do Rio. Se a gente tiver um padrinho, pode ser que a gente se anime e vá – afirma Serpa.

Ele conta que é tradição da escola fazer alguns “alertas” sociais, de acordo com seus enredos. Para este ano, o público deve ficar atento a uma faixa que vai surgir na Comissão de Frente. É “possível” que tenha alguma referência ao assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

A Folia do Viradouro será a sexta a desfilar.

Confira a ordem das apresentações de todas as escolas de samba de Niterói:

Dia 24/02

GRUPO A 
19h – Cacique da São José
19h45 – Unidos da Região Oceânica
20h30 – Souza Soares
21h15 – Magnólia Brasil
22h – Experimenta da Ilha
22h45 – Folia do Viradouro
23h30 – Alegria da Zona Norte
0h15 – Sabiá
1h – Mocidade Independente de Icaraí

Dia 25/02

GRUPO C 
19h – Galo de Ouro
19h35 – Império de Charitas
20h10 – Amigos da Ciclovia
20h45 – União da Engenhoca
21h20 – Mistura de Raça

GRUPO B
22h10 – Garra de Ouro
22h50 – Banda Bastião
23h30 – Império de Arariboia
0h10 – Paraíso do Bonfim
0h50 – Combinado do Amor
1h30 – Unidos do Sacramento
2h10 – Tá Rindo Por Que?
2h50 – Balanço do Fonseca
3h30 – Bem Amado

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