Ferrugem, quiosques em péssimo estado e obras inacabadas atrapalham a orla de Niterói

A orla de Icaraí a Jurujuba está precisando de atenção. Dos guarda-corpos da Itapuca até o pesqueiro da Praça Rádio Amador, entre São Francisco e Charitas, e a Estrada Eurico Gaspar Dutra, em Jurujuba, de acesso à Praia de Adão e Eva e ao Forte de Santa Cruz, a falta de manutenção deixa visível o perigo a que os visitantes estão expostos. Grades enferrujadas e quiosques com equipamentos metálicos de sustentação das estruturas apodrecidos deixam os riscos evidentes.

O quiosque número 1, em frente à Rua Miguel de Frias e ao lado de um posto da Guarda Municipal, por exemplo, está sustentado por tocos de madeira. O comerciante Roberto Campos, de 53 anos, há 33 concessionário do estabelecimento, reclama da proibição de fazer alterações o quiosque sem autorização da prefeitura, o que, segundo ele, o impede de fazer reformas de reestruturação.

– Não está fácil. As estruturas de ferro estão apodrecendo e não há o que se possa fazer sem autorização da prefeitura. Mas não aparece ninguém para avaliar e autorizar. A solução que encontramos foi fazer algumas gambiarras, como amarrar a base das estruturas com cordas, e colocar tocos para sustentar a estrutura – contou Campos. Todos os outros dez quiosques da praia sofrem com o mesmo problema. Alguns soldaram peças apodrecidas. Outros, fizeram gambiarras nas estruturas.

Roberto Campos se baseia no artigo 204 do Código de Posturas do município. Que diz que “é proibida qualquer alteração nas características originais dos quiosques, salvo autorização expressa da Administração Municipal”. A prefeitura não respondeu a esta demanda do site.

Em frente à Pedra do Índio, ali perto, a situação dos guarda-corpos é tão precária por conta das ferrugens que a prefeitura instalou uma proteção para ninguém se aproximar. E as grades de proteção em frente à Pedra de Itapuca estão em situação igual ou pior. A prefeitura informou que que fará licitação no dia 31 de maio para a instalação de um novo tipo de guarda-corpo para a região, trocando o metal por um composto de fibra de polietileno.

– Pode ser que resolva. Qualquer coisa que se faça é melhor do que do jeito que está. Além de ser feio, os pedestres podem se ferir seriamente nessas peças enferrujadas – comentou o publicitário Aldemar Barros.

Por nota, a prefeitura informou que “o Comitê de Gestão de Praias está fazendo um levantamento de toda a situação da orla de Icaraí com o objetivo de implementar iniciativas que possam equacionar a situação e reunir todos os envolvidos para buscar uma solução a médio prazo. Vale lembrar que a cidade está em fase de implementação de um Plano de Gestão Integrada para toda a orla. Serão realizadas oficinas para ouvir a população além de audiências públicas”.

Na Praça do Rádio Amador, entre São Francisco e Charitas, outro problema afasta os usuários de parte da orla. Um trecho de aproximadamente 10 metros está isolado por conta do desmoronamento de um grande bloco de concreto. Isso aconteceu no início de maio.

– Isso aqui é um famoso e tradicional pesqueiro. É lamentável que esteja assim. Mesmo assim eu venho pescar. Mas com segurança. Ao menor sinal de ameaça eu saio – disse o mecânico André Antônio, que pesca sempre naquele lugar.

A Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) informou, por nota, que “será iniciada na próxima segunda-feira uma obra de contenção de encosta na Praça do Rádio Amador”.

Em Jurujuba, na Estrada General Eurico Gaspar Dutra, os guarda-corpos estão tão enferrujados que já não se vê a cor original. Uma faixa de proteção foi colocada para alertar e afastar motoristas e pedestres.

Na nas praias de Adão e Eva o problema está nas obras de contenção, que ficaram incompletas. O mato já cobre parte da passarela em construção. Os vergalhões enferrujados estão expostos. E a promessa de melhorar o acesso foi adiada.