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Exposição “Finca-pé: estórias da terra” é nova atração no CCBBRJ

Por Redação
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Mostra reúne 50 obras do artista brasiliense Antonio Obá que explora sua relação com a ancestralidade, a terra e a existência humana.
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A série Crianças de coral são desenhos feitos com carvão em pó. Fotos: Divulgação

Desenhos, pintura, filme, performance e instalação compõem a exposição “Finca-pé: estórias da terra”, do artista brasiliense Antonio Obá, que será inaugurada nesta quarta-feira (12), no  Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. A entrada é franca.

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A mostra explora a relação do artista com a ancestralidade, a terra e a existência humana. A terra em questão é o Cerrado brasileiro.

Ao percorrer a exposição, o público é convidado a experimentar “um campo conceitual movediço”, provoca a curadora Fabiana Lopes. Segundo ela, “são múltiplas camadas de interpretação, uma fluidez que reflete o pensamento de Obá e a própria construção da mostra, que parte de um núcleo sólido e se desdobra em possibilidades imprevistas”.

A exposição é formada por 50 obras que refletem o universo simbólico e material que atravessa a trajetória de Obá, um dos mais relevantes artistas contemporâneos brasileiros, cuja produção tem conquistado reconhecimento na Europa, Estados Unidos, Brasil e outras partes do mundo.

Seus trabalhos transitam entre escultura, desenho, pintura e performance, explorando relações de influência e contradições dentro da construção cultural do Brasil, tensionando a ideia de uma identidade nacional.

Uma primeira galeria do CCBB propõe uma experiência mais intimista, reunindo desenhos de forte gestualidade, que evocam movimento e convidam o visitante a se aproximar das obras. Muitas dessas criações foram produzidas com grafite, giz de cera, extrato de nós, bico de pena e nanquim dourado. No mesmo espaço, cadernos de estudos revelam anotações, esboços e o processo contínuo do artista.

O segundo conjunto de desenhos, em outra galeria, compõe a série Crianças de coral – nigredo/coivara (2024-2025). São 12 retratos de crianças em carvão sobre tela (imagem no topo do texto).  Para produzir as obras, Antonio Obá reduz o carvão a pó e manipula as camadas fazendo emergir as imagens espessas dos retratos, uma rara oportunidade de o público imergir no universo gráfico do artista.

Ka’a pora

No percurso, o visitante se depara também com a marcante Ka’a pora (2024), uma das obras centrais da mostra. A instalação, composta por 24 esculturas de pés em bronze adornados com galhos, evoca a conexão de Obá com sua terra natal. Também faz referência à grandiosidade cíclica das árvores que passam por fases de floração, frutificação, estiagem e seca, marcações temporais características do Cerrado.

– É uma obra que se relaciona com a resistência, mas também com a forma como o Cerrado se renova após períodos de seca e queimadas, voltando ao verde com a primeira chuva – descreve o artista. – Ka’a pora reflete a própria natureza e como a resistência pode ser incorporada à experiência humana, renovando-se constantemente – acrescenta.

A mostra amplia a evocação do Cerrado e seus elementos simbólicos por meio das obras do artista convidado, o mineiro Marcos Siqueira. Natural da Serra do Cipó, ele faz seu trabalho a partir da terra, tanto no aspecto material – criando seus próprios pigmentos a partir do solo – quanto no universo poético que envolve seus personagens. Suas obras expandem os sentidos da exposição, criando um campo de investigação que entrelaça matéria e lirismo.

Serviço

Exposição: Finca-pé: estórias da terra 
Período: De 12 de março a 02 de junho de 2025
Funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 20h (fecha às terças)
Local: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro: Rua Primeiro de Março, 66, Centro
Entrada gratuita

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