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A atriz Léa Garcia é tema de exposição inaugurada, nesta terça-feira (12), às 18h, no Museu Janete Costa, em São Domingos. A mostra ‘Léa Negra Atriz da Liberdade’ exibe objetos pessoais, fotos, figurinos, móveis e lembranças de filmes e novelas estrelados pela atriz. Ela morreu ano passado, aos 90 anos, em Gramado (RS), onde receberia o Troféu Oscarito, no tradicional Festival de Cinema da cidade. A atriz foi homenageada no Oscar 2024.
Na cerimônia da premiação, seu nome apareceu no telão, durante o tradicional tributo ‘in memorian’. Léa integrou o elenco de “Orfeu Negro”, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1960. O longa foi uma coprodução entre França, Itália e Brasil.
Dentre os itens expostos, na mostra, estão um contrato com o Theatro Municipal de Niterói do ano de 1972; o convite para ir ao icônico Festival de Cinema de Cannes, na França; fotos originais e revistas do início de sua carreira e muitos prêmios que a atriz conquistou, como o próprio Oscarito.
Léa Garcia desempenhou papel fundamental no rompimento de barreiras para atrizes negras, nas telas e no teatro, no Brasil. Curador da exposição, o artista plástico Joel Vieira exalta o poder que a atriz tinha para ‘transformar realidades’.
– A arte e vida de Léa Garcia vem em contraponto aos espaços brancos perversos no mundo da arte. Mais que atriz, mais que artista, Léa Garcia é um grito, uma dança, uma cena, um olhar focado no poder da arte em transformar realidades. A Léa não reproduziu o que era visível, ela mostrou a fala de Afro-sensibilidade Cultural conceituada por Juli Costa. Fico muito honrado por fazer essa importante exposição -, afirmou Vieira.
O ator e diretor Marcelo Garcia, filho de Léa, comemora mais uma homenagem à mãe.
– Durante esses seis meses que Dona Léa no deixou, já recebi inúmeras homenagens em seu nome, que começaram ainda no fatídico dia, no Festival de Gramado, onde tive a honra de levantar o Oscarito -, recorda – A obra da minha mãe, o legado dela para a cultura brasileira é tão farto que eu sabia que precisaria mostrar tudo isso em uma exposição, mantendo assim viva sua história e memória.
Marcelo é fruto do segundo casamento de Léa, com Armando de Aguiar. Lea teve ainda outros dois filhos do primeiro casamento com o dramaturgo Abdias Nascimento, Bida e Henrique Nascimento. Atualmente, Marcelo está captando recursos para o lançamento de um livro biográfico e um filme sobre a trajetória da mãe.
Léa Lucas Garcia de Aguiar nasceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de março de 1933 e faleceu em 15 de agosto de 2023. A atriz foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes por sua atuação no filme “Orfeu Negro”, que levou o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Léa também ganhou prêmio de Melhor Atriz no Festival de Gramado, em 2004, com “As Filhas do Vento”, e no Brazilian Film Festival of Toronto 2013, com “Acalanto”.
Na televisão, Léa estrelou 56 obras (entre elas “Escrava Isaura” e “Dona Beija”). No cinema participou de 50 filmes e no teatro integrou o elenco de mais de 60 peças.
Serviço
Exposição “Léa: Negra Atriz da Liberdade”
Período: De 12 de março a 12 de maio de 2024
Horário: De terça a domingo, das 10h às 17h
Entrada franca
Classificação indicativa: livre
Local: Museu Janete Costa de Arte Popular
Endereço: Rua Presidente Domiciano, 178 – São Domingos, Niterói
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