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Exposição de fotos na Praça do Rádio Amador une vanguardas de ontem e hoje em Niterói

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Um dos fotografados, o escritor Ruy Castro também ministra uma palestra, na sexta-feira (28), na Sala Nelson Pereira dos Santos
Grupo Capeira Brasil em Jurujuba. Exposição Fotográfica Avant-Garde Saravá fotógrafa Renata Xavier.
Grupo Capoeira Brasil, de Jurujuba, integra a exposição. Fotos: Divulgação

Exposição de foto com direito à música e palestra. Assim é “Avant-Garde Saravá 1922-2022 – O Erudito, o Popular e a Beleza do Encontro”, que pode ser visitada até 14 de maio, na Praça do Rádio Amador, em São Francisco.

A palestra será nesta sexta-feira às 10h, na Sala Nelson Pereira dos Santos (Av. Visconde do Rio Branco, 880, em São Domingos) com o escritor e cronista Ruy Castro que vai falar sobre o  ‘Rio de Janeiro 1920-2020 – Iconografia, História e Memória”.

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Já a apresentação musical ficará a cargo do Quarteto de Cordas com integrantes da Orquestra da Grota, em dois domingos: 30 de abril e 7 de maio, sempre às 17h.

Saravá

Erika Januza, atriz e rainha da bateria da escola de Samba Unidos do Viradouro no ensaio para a exposição “Avant Garde Saravá 1922-2022

A exposição fotográfica foi montada à beira-mar, em 4 containers. Pelo calçadão de São Francisco, o visitante vai se “deparar” com personalidades de vanguarda de ontem e de hoje, em lugares que resistiram aos últimos 100 anos. Nesta primeira edição do projeto, serão expostos 10 ensaios realizados pela fotógrafa Renata Xavier, que valorizam a memória coletiva e apresentam quem fez e quem faz a História.

Será possível “encontrar”, por exemplo, com a atriz Erika Januza, rainha de bateria da Unidos do Viradouro. Fotografada no Theatro Municipal de Niterói, ela representa as divas negras pioneiras dos palcos brasileiros dos anos 1920, pouco conhecidas, já que são raros os registros em imagens. São mulheres como Rosa Negra, Dalva Espíndola, Djanira Flora, Miss Mons, Soledade Moreira que acabaram ‘apagadas’ da história.

Entre as estantes do Real Gabinete Português de Leitura, no Centro do Rio, o próprio Ruy Castro estabelece uma relação com João do Rio para eternizar a chamada “alma carioca”.

Na mostra, o público vai poder ver, ainda, o legado da primeira cientista brasileira, Bertha Lutz. Ela garantiu os direitos universais das mulheres na Carta da ONU e está sendo “representada” por cientistas e pesquisadoras que estão reconstruindo o Museu Nacional.

O maestro Villa Lobos, que uniu a música erudita e popular, incentivou o ensino para crianças e adolescentes, é a mais completa tradução da Orquestra da Grota – elos invisíveis que unem as pessoas e podem ser materializados em fotografias.

– Os vanguardistas do passado e do presente devem ter o seu trabalho lembrado e celebrado para as gerações futuras. Buscamos falar da resistência da memória, das nossas raízes e valorizar a cultura nacional e seus artistas de ontem e de hoje – explica Renata.

Também foram retratados Renata Tupinambá, Grupo Capoeira Brasil, Gracy Mary Moreira e artistas do Centro de Conservação de Bens Culturais.

Avant-Garde

A exposição celebra  os 100 anos dos eventos de 1922 que podem ser interpretados como uma Independência Cultural do Brasil.

Em 1922 aconteceu a Exposição Internacional do Centenário da Independência no Rio de Janeiro e a Semana de Arte Moderna em São Paulo, marcos importantes na criação da Identidade Nacional Plural, forjada do encontro das culturas europeia, africana, indígena e de outros povos.

– Os ideais de modernidade e antropofagia criaram uma consciência a respeito da potência criativa do povo brasileiro, valorizando tradições e cultivando suas raízes de diferentes origens que, ao longo dos últimos 100 anos, se entrelaçaram unindo todos numa grande floresta diversa e única: A Cultura Brasileira, riqueza que merece ser preservada – comenta a fotógrafa.

 Sobre a autora

Renata Xavier é fotógrafa que atua em diferentes áreas como fotojornalismo, moda, eventos, editoriais, publicidade e artes plásticas. Trabalhou no jornal O Globo e fez capas e editoriais para dezenas de revistas e jornais no Brasil e no exterior.

Nos últimos anos, seu trabalho ganhou espaço em importantes museus e galerias de Arte. Em  2021, realizou as exposições “Das Cinzas Voltar, nas Cinzas Vencer, Viradouro de Alma Lavada” e “Presente Distópico”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC); e, em 2022, “Carnaval Te Amo”,  quando transformou a Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói, em uma grande galeria de arte.

A exposição tem entrada franca e pode ser visitada de segunda a sexta, das 7h às 10h e das 16h às 20h; e sábados e domingos, das 7h às 20h.

 

 

 

 

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