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Com a disseminação da variante Delta, o estado do Rio vai passar a fazer, a partir deste mês, sequenciamento genético da variante em pacientes internados em nove hospitais. A cepa é considerada mais transmissível do que as outras variantes do coronavírus. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o estudo terá duas etapas. A primeira será realizada com 300 amostras de pacientes internados em nove hospitais das nove regiões que fazem parte da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica. São elas: Metropolitana I, Metropolitana II, Noroeste Fluminense, Norte Fluminense, Serrana, Baixada Litorânea, Médio Paraíba, Centro-Sul Fluminense e Baía da Ilha Grande.
Na segunda rodada, serão utilizadas amostras aleatórias coletadas na rede ambulatorial, como já vinha sendo feito. O objetivo é monitorar também qual variante tem causado mais internações. O estudo foi planejado em conjunto com o grupo técnico assessor da SES, que é composto por especialistas da Fiocruz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e UNIRIO.
Delta em tendência de aumento
O programa de vigilância genômica da Covid-19 realizado no estado do Rio de Janeiro analisou, na última rodada, 368 amostras coletadas entre os meses de junho e julho. Os dados mostraram que 66,58% das amostras eram da variante Gamma (P.1) e 26,09% da variante Delta (B.1.617.2).
A análise mostrou ainda a presença de 0,8% da variante Alpha (B.1.1.7). Outras seis variantes (P.1.1, P.1.2, P.1.4, P.1.7, P.4 e P.5) também foram identificadas, mas não são consideradas de preocupação pela Organização Mundial da Saúde. Os dados apontaram que a variante Delta foi identificada em 38 municípios das nove regiões do estado. No município do Rio de Janeiro, 45% das amostras sequenciadas eram da variante Delta.
Dessa forma, é possível afirmar que a variante Delta está em circulação no estado do Rio de Janeiro, com tendência de aumento e conversão para se tornar a mais frequente, substituindo a variante Gamma.
A SES já realiza mensalmente a análise de cerca de 800 amostras de todo o estado através do estudo Corona-Ômica-RJ, um dos maiores do país. Desde janeiro, já foram analisadas mais de 3.500 amostras pelo Corona-Ômica-RJ. O estudo ocorre por amostragem, contudo, um dos critérios de escolha das amostras são as que têm maior carga viral, ou seja, de pacientes que podem ter maior gravidade clínica.
O projeto Corona-Ômica-RJ é um dos maiores estudos de vigilância genômica do país e faz parte de uma parceria entre SES, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, Laboratório Central Noel Nutels, Fiocruz e Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Manutenção das medidas de prevenção
Em nota, a SES ressalta que, independente da cepa do vírus ou linhagem, as medidas de prevenção e métodos de diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem os mesmos, como uso de máscaras e álcool em gel, higienização das mãos e distanciamento social. A quarentena de 14 dias é fundamental para qualquer pessoa com sintomas e/ou diagnóstico da doença, independente da variante. Além disso, é importante que os municípios continuem avançando no processo de vacinação contra a Covid-19.
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