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Estação Cantareira vai sediar Distrito Criativo

Por Redação
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No local funcionará uma escola para formação e capacitação, com destaque para o audiovisual e a gastronomia.
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Estação Cantareira faz parte do conjunto arquitetônico e histórico do Bairro de São Domingos. Foto: reprodução Internet

O prefeito Axel Grael assinou a desapropriação da Estação Cantareira, imóvel histórico em São Domingos, na Zona Sul de Niterói. O local vai sediar um Distrito Criativo cujo objetivo é promover o desenvolvimento de atividades de Economia Criativa. No local funcionará  uma escola para formação e capacitação, com destaque para o audiovisual e a gastronomia. O Decreto Nº 14.645/2022 foi publicado no Diário Oficial do Município e declara o imóvel como de utilidade pública.

Leia mais: Niterói terá pacotaço de obras de R$ 1 bi em 2023

– Estamos retomando a Cantareira para a população de Niterói. Vamos transformar a Estação, que tem um imenso valor histórico, em um Distrito Criativo, um local de formação e capacitação, entretenimento e lazer, com organização. Vai ser um polo de atividades da Economia Criativa, que é uma vocação do bairro – destaca Grael.

O prefeito ressaltou que a Estação Cantareira já conta com uma cozinha industrial de excelência, propícia para cursos de cozinha, culinária, sommelier e afins. A opção pelo fomento ao audiovisual, por sua vez, dialoga diretamente com o bairro, onde estão localizadas a Faculdade de Cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF) e o futuro Museu do Cinema Brasileiro.

– O objetivo é potencializar o acesso da população às novas tecnologias, fomentar o turismo na região, formar e capacitar mão de obra qualificada e propiciar o surgimento de novos negócios ligados à Economia Criativa –  enfatiza o secretário municipal de Ações Estratégicas, André Diniz.

Centro

Segundo o secretário Municipal de Urbanismo e Mobilidade, Renato Barandier, ao longo dos próximos dois anos, a Região Central da cidade vai receber investimentos e melhorias:

– Essa é uma iniciativa fundamental para requalificação do Centro de Niterói. O Projeto Centro 450, em andamento, prevê uma série de investimentos para a Região Central, nos próximos dois anos, buscando reverter o esvaziamento populacional e econômico que a região vem sofrendo, nos últimos anos. A recuperação dessa edificação histórica, pelo município, vai gerar um efeito positivo em todo o entorno que, junto com as obras de urbanização, será responsável pela transformação do bairro.

Tombada por meio da Lei nº 1.063/92, a Estação faz parte do conjunto arquitetônico e histórico do Bairro de São Domingos. A desapropriação também impulsiona a revitalização e valorização do patrimônio material de São Domingos. O desenvolvimento desse projeto vem sendo realizado em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Também estão sendo realizadas as desapropriações do Castelinho do Gragoatá e a do imóvel localizado na Av. Visconde do Rio Branco, 897.

O Distrito Criativo também vai dialogar com o Ecossistema de Inovação que terá sede em São Domingos e possui como um dos eixos estratégicos justamente a Economia Criativa.

A história

O prédio as Cantareira pertencia à Companhia Cantareira e Viação Fluminense, empresa da família Carreteiro, que, entre outros negócios na cidade, controlava, no início do século passado, o transporte marítimo na Baía de Guanabara.

A baixa qualidade dos serviços e o preço das tarifas eram fontes constantes de protestos. Até o episódio conhecido como a Revolta das Barcas, ocorrido em 1959, quando passageiros quebraram e incendiaram a estação. No confronto com as forças policiais e do Exército, seis pessoas morreram e 118 ficaram feridas.

A manifestação levou o Governo Federal a estatizar o transporte, através da STBG, Serviços de Transporte da Baía da Guanabara, vinculada ao Ministério da Viação e Obras Públicas.

Com a fusão dos estados do Rio de Janeiro e da antiga Guanabara, o Governo Federal transferiu o serviço de barcas para o novo estado, a cargo da Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro, a CONERJ. A companhia manteve o serviço durante quase 20 anos, com notada deterioração da qualidade do transporte.

Em 1998, em meio ao processo de reformas econômicas e desestatização empreendido pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Marcello Alencar privatizou o serviço das barcas. No lugar, assumiu um consócio de empresas, entre elas a Auto Viação 1001, com o nome de Barcas SA. A empresa, mais tarde, seria incorporada pelo Grupo CCR.

A propriedade da Cantareira não se limita ao armazém. Inclui outros terrenos acrescidos e até ocupação de área de Marinha, com cerca de 13 mil metros quadrados. Atualmente, pertence ao empresário Amaury de Andrade, da Viação 1001 e do consórcio Barcas SA.

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